Perguntado sobre a situação atual dos hospitais do Amazonas, assim respondeu Jesem Orellana, epidemiologista da Fiocruz Amazônia:
"Por mais que a questão do oxigênio se tenha estabilizado em alguns hospitais, a situação continua muito grave. Os hospitais estão lotados, as pessoas estão morrendo em casa. Talvez daqui a umas duas ou três semanas, a gente tenha uma queda de internações por causa da quarentena decretada na semana do colapso pelo governo do Estado, mas o que estamos vivendo agora é reflexo das infecções que ocorreram no período de Natal e Ano novo. Por isso, o cenário ainda é preocupante. "
"Qual é o impacto da nova variante sobre a recente onda de casos no Amazonas?
"A gente está quase certo de que essa cepa é mais contagiosa, mas precisamos de estudos mais complexos para nos fornecer informações seguras sobre isso e sobre a letalidade. Isso deve ocorrer só em dois ou três meses."
"Outros Estados deveriam decretar uma quarentena mais rígida agora, mesmo sem a confirmação da circulação da nova cepa em seus territórios? "
"Orellana. Com certeza. A situação que temos agora já justifica um lockdown, mas é preciso coordenação nacional e medidas de auxílio a autônomos e pequenos empresários para que eles não morram de fome. Se não tiver isso, não adianta fazer lockdown, porque a população não vai aderir. O Pará, por exemplo, decretou lockdown, mas Rondônia, vizinho do Amazonas, e que está à beira do colapso, não fez o mesmo.
O que falta no Brasil é um maestro. Não temos um <Ministério da Saúde coordenando. É como ter um time de futebol sem técnico. "
(Fonte: O Estado de S. Paulo)
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