O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, o Senador democrata Roberto Menendez, enviou carta nesta sexta-feira ao presidente Jair Bolsonaro cobrando que tanto o mandatário, quanto o chanceler Ernesto Araujo "condenem" e "rejeitem categoricamente" os ataques ao Capitólio no dia seis de janeiro, asseverando que, caso isso não ocorra, haverá "prejuízo para a relação bilateral".
Na correspondência, se criticam os comentários de Bolsonaro e de seu chanceler sobre alegada fraude na eleição americana. Tal implica segundo o signatário "apoio do governo brasileiro a teorias furadas de conspiração e aos terroristas domésticos", que atacaram o Congresso dos Estados Unidos a seis de janeiro e que ameaçam "minar a parceria entre os Estados Unidos e o Brasil".
Tal missiva foi enviada, segundo o jornal, um dia depois de o Ministro Ernesto Araujo e o Secretário de Estado americano terem sua primeira conversa por telefone desde que o presidente Joe Biden assumiu. Tal diálogo teve tom apaziguador e Blinken convidou o presidente Bolsonaro a participar da cúpula sobre mudanças climáticas que o governo democrata deve organizar para o dia 22 de abril.
Sem embargo, a carta do Senador Menendez volta a aumentar a temperatura entre os dois governos. Assinale-se que o Senador é um moderado bastante respeitado em Washington e à testa da Comissão de Relações Exteriores tem grande influência sobre a política externa americana. No contexto ele critica especificamente Ernesto Araujo. Assim, segundo Men:endez, "esses eventos foram atos de terrorismo doméstico que resultaram em várias mortes e não foram como disse o ministro Araújo atos de 'bons cidadãos', diz o Senador na carta. "O ministro Araujo está essencialmente priorizando a relação do governo brasileiro com uma facção radical do espectro político americano."
O Senador Menendez afirma igualmente que o fato de Ernesto defender esses atos de terrorismo doméstico "mostram como ele é desconectado da realidade atual nos Estados Unidos".
Segundo assessores do Congresso americano, o objetivo da carta é mostrar que, se Bolsonaro realmente quiser ter uma boa relação com os democratas, ele precisa abordar as declarações, porque os legisladores não deverão se esquecer delas facilmente.
Em meio ao segundo julgamento de impeachment de Trump, acusado de insuflar os invasores do Capitólio, este seria o momento perfeito para uma declaração de Bolsonaro dizendo que a eleição foi legítima e rechaçando os ataques. Com isso, Bolsonaro se desembaraçaria de ligações caninas ao seu suposto amigo. Seria para uma pessoa com visão prospectiva a de livrar-se de lealdades caninas, e partindo para uma declaração de que a eleição foi legítima
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