A Reforma na Imigração
Parece que não foi bastante o
recado dado pelos eleitores, a seis de novembro, quando longas filas de
hispano-americanos – muita vez aguentando a intencional lentidão no processo de
votação – não hesitaram em esperar horas para votar em seu candidato, o
presidente Barack Obama. O aporte dos
respectivos sufrágios – seja no Ohio, seja na Flórida – além de garantir a
reeleição do presidente, mandou clara mensagem quanto à necessidade de urgente
reforma na legislação imigratória nos Estados Unidos.
Daí o
empenho do presidente quanto à necessidade dessa reforma. A luta decerto não
será fácil, mas a dinâmica do processo favorece claramente o partido Democrata
e o presidente.Nesse sentido, espera-se que a tramitação da reforma se faça sem maiores concessões de parte de Obama. O Senador Marco Rubio (Fl./Rep), que por suas origens chegou a ser considerado como opção vice-presidencial, participa no Senado de um grupo informal na redação de projeto de lei sobre a matéria. Ele, no entanto, deseja subordinar a alteração na legislação a medidas do governo para tornar mais seguras as fronteiras.
O Presidente Obama se opõe a tais condições, temendo – e com razão – que uma eventual reforma da lei fique refém de tais medidas. No seu entender, muito já foi feito para tal controle. A injustiça feita a milhões de imigrantes que são força relevante na economia deve ser corrigida e sem mais tardança.
Sabedor de que o assunto está maduro para ser resolvido,o Presidente, em Las Vegas, anunciou o que fará se o projeto do Senado (que é negociado em grupo informal de que participam o Senador Charles E. Schumer (NY/Dem) e o próprio Marco Rubio) não avançar: mandará projeto baseado em sua proposta da reforma imigratória, encarecendo que o Congresso a vote sem demora.
Vê-se, portanto, que em termos da reforma de imigração, é ilusória qualquer semelhança com o indeciso Obama das primeiras negociações sobre o teto fiscal da dívida pública. Com a reeleição assegurada, o 44º presidente estaria agora mais para Harry Truman, que se distinguiu pelos seus ataques contra o do-nothing (nada faz) Congresso, que na época era de maioria do GOP.
É de augurar-se que tal mutação não seja nem ocasional, nem efêmera.
No caso de Hagel, um ex-Senador pelo estado de Nebraska, posições suas no passado tem condicionado um questionamento severo e atitudes beirando a hostilidade não de democratas, mas de antigos companheiros seus republicanos no Senado.
Hagel, que poderá ser o primeiro soldado raso a tornar-se Secretário da Defesa – e que se houve com distinção no Vietnam, desperta críticas de seus antigos pares notadamente por suas oposições quanto a Israel e ao Irã.
As perguntas mais incisivas para Hagel duvidam se ele é amigo bastante de Israel, assim como duro com o Irã.
O candidato de Obama a Secretário da Defesa já refraseou a sua questionada designação do lobby judaico (Jewish Lobby), dizendo que teria sido mais adequado chamá-lo de lobby pró-israelense.
O Senador John McCain (Rep/Ar.) não ficou satisfeito com as explicações de Chuck Hagel sobre as suas reservas quanto ao ‘surge’ (aumento das forças no Iraque para combater a insurreição sunita). Também houve reservas de republicanos e democratas quanto à alegada postura apaziguadora do candidato designado no que se reporta ao Irã.
Hagel, cujas posições muito se assemelham às do Presidente Obama, traria novos ventos e aragens para a Secretaria da Defesa. O fato de pertencer à antiga corrente moderada no GOP, corrente essa próxima da extinção, não semelha, contudo, favorecê-lo.
Ainda que pareça pouco provável que o Partido Republicano, através de muitos de seus representantes no Senado, derrube a indicação de Obama, tal decisão, por mais estranha que se afigure, não poderá ser excluída, dadas as reações de muitos de seus ex-companheiros às respostas de Chuck Hagel. Somente uma ordem unida da bancada democrata, que é majoritária, evitaria esse motim do GOP, mas será que os liderados de Harry Reid (Nev./Dem) estarão prontos a esse sacrifício ?
( Fonte:
International Herald Tribune)
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