sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Os Republicanos são do contra ?

                           

A  Reforma na  Imigração

            Parece que não foi bastante o recado dado pelos eleitores, a seis de novembro, quando longas filas de hispano-americanos – muita vez aguentando a intencional lentidão no processo de votação – não hesitaram em esperar horas para votar em seu candidato, o presidente Barack Obama. O aporte dos respectivos sufrágios – seja no Ohio, seja na Flórida – além de garantir a reeleição do presidente, mandou clara mensagem quanto à necessidade de urgente reforma na legislação imigratória nos Estados Unidos.
            Daí o empenho do presidente quanto à necessidade dessa reforma. A luta decerto não será fácil, mas a dinâmica do processo favorece claramente o partido Democrata e o presidente.
            Nesse sentido, espera-se que a tramitação da reforma se faça sem maiores concessões de parte de Obama. O Senador Marco Rubio (Fl./Rep), que por suas origens chegou a ser considerado como opção vice-presidencial, participa no Senado de um grupo informal na redação de projeto de lei sobre a matéria. Ele, no entanto, deseja subordinar a alteração na legislação a medidas do governo para  tornar mais seguras as fronteiras.
            O Presidente Obama se opõe a tais condições, temendo – e com razão – que uma eventual reforma da lei fique refém de tais medidas. No seu entender, muito já foi feito para tal controle.  A injustiça feita a milhões de imigrantes que são força relevante na economia deve ser corrigida e sem mais tardança.
            Sabedor de que o assunto está maduro para ser resolvido,o Presidente, em Las Vegas, anunciou o que fará  se o projeto do Senado (que é negociado em grupo informal de que participam o Senador  Charles E. Schumer (NY/Dem) e o próprio Marco Rubio) não avançar: mandará projeto  baseado em sua proposta da reforma imigratória,  encarecendo que o Congresso  a vote sem demora.
            Vê-se, portanto, que em termos da reforma de imigração, é ilusória qualquer semelhança com o indeciso Obama das primeiras negociações sobre o teto fiscal da dívida pública. Com a reeleição assegurada, o 44º presidente estaria agora mais  para Harry Truman, que se distinguiu pelos seus ataques contra o do-nothing (nada faz) Congresso, que na época era de maioria do GOP.
            É de augurar-se que tal mutação não seja nem ocasional, nem efêmera.

 
A Arguição de Chuck Hagel pelo Senado            

          
            O candidato do Presidente Barack Obama para suceder na Secretaria da Defesa a Leon Panetta é o ex-Senador republicano Chuck Hagel. É uma lei não escrita que para a Defesa um presidente democrata possa escolher um republicano (ou vice-versa), dado o interesse nacional dessa Pasta. Nesse contexto, poder-se-ía esperar que  designação de tal gênero  tivesse uma recepção bipartidária.
           No caso de Hagel, um ex-Senador pelo estado de Nebraska, posições suas no passado tem condicionado um questionamento severo e atitudes beirando a hostilidade não de democratas, mas de antigos companheiros seus republicanos no Senado.
          Hagel, que poderá ser o primeiro soldado raso a tornar-se Secretário da Defesa – e que se houve com distinção no Vietnam, desperta críticas de seus antigos pares notadamente por suas oposições quanto a Israel e ao Irã.
          As perguntas mais incisivas para Hagel duvidam se ele é amigo bastante de Israel, assim como duro com o Irã.
          O candidato de Obama a Secretário da Defesa já refraseou a sua questionada designação do lobby judaico (Jewish Lobby), dizendo que teria sido mais adequado chamá-lo de lobby pró-israelense.
          O Senador John McCain (Rep/Ar.)  não ficou satisfeito com as explicações de Chuck Hagel sobre as suas reservas quanto ao ‘surge’  (aumento das forças no Iraque para combater a insurreição sunita).  Também houve reservas de republicanos e democratas quanto à alegada postura apaziguadora  do candidato designado no que se reporta ao Irã.
          Hagel, cujas posições muito se assemelham às do Presidente Obama, traria novos ventos e aragens para a Secretaria da Defesa.  O fato de pertencer à antiga corrente moderada no GOP, corrente essa próxima da extinção, não semelha, contudo, favorecê-lo.
          Ainda que pareça pouco provável que o Partido Republicano, através de muitos de seus representantes no Senado, derrube a indicação de Obama, tal decisão, por mais estranha que se afigure,  não poderá ser excluída, dadas as reações de muitos de seus ex-companheiros  às respostas de Chuck Hagel. Somente uma ordem unida da bancada democrata, que é majoritária, evitaria esse motim do GOP, mas será que os liderados de Harry Reid  (Nev./Dem)  estarão prontos a esse sacrifício ?

 

( Fonte:  International Herald Tribune)    

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