O GOP e o direito do Voto
O que as assembleias com maioria republicana
nos estados da União americana justificam como iniciativas para prevenir a
fraude eleitoral, é visto por democratas e observadores independentes como
expedientes do GOP para dificultar o
voto de minorias.
Com
efeito, os diversos entraves colocados pelo Partido Republicano ao direito de
votar – seja ao reduzir os dias para a votação antecipada, seja ao exigir uma
identificação mais elaborada – têm o propósito de obstaculizar o afluxo de
eleitores afro-americanos, latino–americanos e de baixa renda. É uma manobra republicana, eis que nos seus cômputos, quanto maior o comparecimento de votantes, maior a probabilidade de vantagem dos democratas. Esse tipo de recurso – que pretextuosamente valeria para evitar fraudes eleitorais – em realidade reedita o que antes era feito no Sul profundo, com os infames testes culturais e outros empecilhos para tornar mais difícil e, mesmo, inviabilizar o sufrágio da comunidade afro-americana.
As longas filas, com esperas de até três horas, prejudicaram o Partido Democrata (só na Flórida duzentos mil eleitores desistiram de votar, por causa da interminável espera). O próprio Presidente Obama declarou no seu discurso do segundo mandato: “Nossa jornada não estará completa enquanto houver cidadãos forçados a esperarem horas para exercer o seu direito de voto.”
A Casa Branca e o Partido Democrata desejam federalizar as regras para a eleição – que, no presente, são de competência dos estados. Tenciona-se abrir mais espaço para a votação antecipada (e o sufrágio pelo correio), que constituem caminhos preferidos por minorias (idosos, afro-americanos, latino-americanos, pobres), pelas facilidades abertas para o exercício de tal direito.
O GOP, no entanto, continuará na sua inglória empresa de dificultar o voto de tais segmentos sociais. A Suprema Corte – cuja maioria ainda é conservadora – prepara-se para em breve ouvir os argumentos acerca de Lei Federal, com possibilidade de dar a estados reacionários maior abertura para restringir os requisitos de voto (em outras palavras, criarem ulteriores empecilhos para as minorias que apoiam o Partido Democrata).
Por isso, o Partido Democrata, dentre as medidas para impedir que a má-fé de agentes atuantes em mercado altamente sofisticado lograssem enganar os despreparados tomadores de empréstimos subprime, pôde montar uma agência para a proteção do consumidor. Estranhamente, como assinala Paul Krugman, não havia órgão com tais funções em todo o período anterior à crise.
Pelo empenho, em especial, de Elizabeth Warren – que, posteriormente, foi eleita senadora por Massachusetts, vencendo Scott Brown – foi criado o bureau para a proteção do consumidor.
O Senado ora discute a aprovação de Richard Cordray, como chefe do aludido bureau do qual atualmente, ele é o encarregado. Como denuncia Krugman na sua coluna, os republicanos ameaçam iniciar uma filibuster para inviabilizar a nomeação de Cordray.
Há dois tópicos interessantes nesta matéria: os democratas, liderados por Harry Reid concordaram faz pouco com os republicanos, de Mitch McConnell, de modo que a reforma do filibuster ficasse reduzida a detalhes sem maior importância. Permitiu-se, assim, à minoria do GOP que continuasse a dispor deste instrumento que pode inviabilizar a pauta programática da maioria.
Se é difícil entender essa gentileza aos republicanos – dada a circunstância de que eles têm obstaculizado bastante medidas da Administração Obama – a questão relativa ao bureau de proteção ao consumidor se apresenta ainda mais preocupante.
Como sublinha Krugman, não procede a alegação do GOP de que os consumidores nos Estados Unidos disponham de organismo de proteção. Entregue até o presente à suposta supervisão dos bancos, tal proteção não seria muito diferente daquela concedida aos cordeiros pelo lobo.
Dessarte, inviabilizando a designação de Richard Cordray os senadores republicanos com um só golpe matariam dois coelhos (sem chefe, o Bureau ficaria acéfalo, e, portanto, sem condições de atuar e, o que é capital, de defender os consumidores).
Nesse contexto, importa ter em mente, por outro lado, que corte distrital de três juízes (todos nomeados por presidentes republicanos) acabou de vedar ao Presidente Obama o direito de efetuar nomeações para posições importantes durante o chamado período de recesso (recess appointments). Sem falar que tal direito até o presente não fora contestado – e que presidentes republicanos, como George W. Bush, a ele recorreram também amiúde, inclusive com a esdrúxula nomeação do controverso John Bolton para embaixador nas Nações Unidas - deve-se ter presente que a atual Administração se vinha valendo de tal modalidade justamente para contornar a sistemática obstrução feita pelos senadores republicanos.
Pelas indicações, a maior parte de países atingidos estaria na Europa (Alemanha, Áustria, Eslovênia, Reino Unido, Hungria, Holanda e Turquia).
As referências à América do Sul são – por ora - escassas, com a menção de um amistoso sub-20 em Córdoba, entre Argentina e Bolívia. Na partida, o árbitro húngaro Kolos Lengyel deu treze minutos de acréscimo e apitou um pênalti para a Argentina aos 55 minutos do segundo tempo (!). Infelizmente Sua Senhoria Lengyel não poderá mais atuar, porque foi banido em 2011 pela FIFA...
Estaremos atentos para reportar eventual participação de algum outro país sul-americano nesse esquema criminoso, dada a circunstância de que além das 380 partidas já identificadas com apostas ilegais, há outros 300 jogos suspeitos, realizados fora da Europa, especialmente na África e na América Latina, consoante o diretor da Europol, Rob Wainwright.
( Fontes: International Herald Tribune, O
Globo )
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