sábado, 9 de fevereiro de 2013

Notícias de Carnaval

                                          

Declarações  Caras

                  Depois da entrevista de Alexandre Tombini, Presidente do Banco Central, a Miriam Leitão, de que me ocupei no blog de ontem, em que disse não ser ‘confortável’ a situação da inflação, entrou em cena o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.
                  A propósito, Mantega afirmou não haver motivo para alarme, e que o governo  não permitiria o dólar a R$ 1,85.
                  Desses desenvolvimentos, quando de um céu azul cai, súbito, um raio ministerial que o sempre nervoso mercado interpretou como se fora um “piso” para a moeda.
                  Em consequência, o dólar desceu para R$ 1,952,  a menor cotação em nove meses. Diante disso, o Banco Central interveio, vendendo contratos no valor de US$ 502 milhões.
                  Após o custoso dispêndio do BC, a cotação do dólar estadunidense fechou a R$ 1,972.

                 
Ajuda aos Rebeldes Sírios

 
                 Por que os Estados Unidos  não auxiliaram com armas a liga rebelde contra o ditador Bashar al-Assad, eis  uma pergunta que pairou no ano passado.
                Agora, em depoimento perante o Comitê das Forças Armadas do Senado, o ainda Secretário da Defesa Leon Panetta, em resposta a questionamento do Senador John McCain (Rep/Ar), admitiu que ele e o Chefe dos Comandantes das Forças Armadas, General Martin E. Dempsey, haviam apoiado plano de distribuição de armamento a rebeldes sírios devidamente selecionados.
                O aludido plano contara com o apoio da Secretária de Estado, Hillary Clinton, e do então Chefe da CIA, David H. Petraeus.
                Nesse contexto, McCain perguntou ainda : “Quantos mais têm de morrer, antes que se recomende ação militar ?”
                Na verdade, a indagação do oposicionista McCain vale mais para efeito público do que para Panetta, eis que a recomendação em tela, aprovada por todas as autoridades da Administração diretamente responsáveis, só não foi implementada por veto da presidência.
               Dada a habitual cautela de Barack H. Obama – o que explica também outras negativas que restringiram maior militância de Hillary, Secretária de Estado – a moderação da Casa Branca se enquadraria nas contingências da campanha presidencial.
               Terão pesado igualmente as lições da Líbia, em que o armamento disponibilizado para a Liga de Benghazi acabou, na prática, não se restringindo  apenas aos opositores de Kaddafi. Além da relativa fraqueza da autoridade legal em Trípoli, as armas são encontráveis não só com milícias, mas também além fronteiras. O vizinho Mali, com a exitosa – mas ainda não completada - intervenção francesa parece ser ulterior indicação da difusão de tais armamentos.

 
Dilma e Reforma Agrária

 
             Que as relações entre o Governo Dilma e os Sem-Terra não andavam no melhor dos mundos, o próprio episódio da efêmera ocupação do Instituto Lula por esses ativistas da reforma agrária já dera mensagem para bom-entendedor.
             Nesse sentido, em conversa com a imprensa, o Ministro Gilberto Carvalho, Secretário Geral da Presidência – o qual, além da ponte com o líder máximo, cuida da questão agrária – reconheceu que o governo Dilma Rousseff decidira ‘frear’ o processo de distribuição de terras que terá caracterizado as gestões de Fernando Henrique e de Lula da Silva.
            A tal respeito, Carvalho observou: “ É real e, infelizmente, verdadeiro que no Brasil há muitos assentamentos que se transformaram  quase em favelas rurais. A presidenta Dilma fez uma espécie de freio do processo para um ‘repensamento’ dessa questão da reforma agrária”.
            Com efeito, Dilma é a chefe de governo que menos desapropriou áreas para assentamentos rurais nos últimos vinte anos.
             Para melhorar a qualidade dos assentamentos, onde, segundo levantamento do Instituto Nacional da Reforma Agrária (INCRA), faltam água, energia elétrica e qualidade de acesso, estaria sendo providenciada a integração com outros programas oficiais, e.g. o Minha Casa Minha Vida e o Água para Todos.
            Malgrado o considerável tempo já transcorrido, depois da assunção de Nosso Guia (oito anos) e de encomendada sucessora (em pleno terceiro ano), Carvalho ainda considera válido utilizar como argumento que o Incra teria sido depredado em gestões anteriores às da administração petista. (meu o grifo)
            Mais de dez anos para reagir a uma alegada depredação, não lhe pareceria, senhor ministro e representante do líder máximo no Palácio do Planalto, um tempinho talvez excessivo para desculpas do gênero ?

 

( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo, International Herald Tribune   )

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