sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Notícias direto do Front

                           
                               

Crise na usina de In Amenas

         De acordo com o figurino argelino, o exército interveio na área. A sua política é a de não negociar com terroristas. Com um longo histórico nesse campo, tal postura tenta evitar não só o condicionamento às exigências radicais em cenário conflituoso, mas também não contribuir para maiores expectativas em área dominada pelo imprevisível.
         Dado o enfoque castrense, a sutileza não será necessariamente a tônica em relacionamento que se pauta por soluções militares de força, com as consequências previsíveis no que tange à segurança e a eventual preservação física dos reféns.
         Embora os pormenores ainda não estejam determinados, os dados relativos à operação do exército são decerto sangrentos: assim, o noticiário das agências diverge e muito.  A Reuters computa pelo menos sete reféns estrangeiros mortos, enquanto uma agência da Mauritânia reporta 34 estrangeiros abatidos, além de quinze militantes terroristas.
         Há também número impreciso de operários argelinos que estariam entre os detentos. Quanto aos demais sequestrados, contam-se noruegueses, americanos, britânicos, japoneses, franceses, irlandeses, malaios e romenos.
         Será nesse cenário turvo, em que a incolumidade física pode ser uma exceção, que os altos salários pagos aos técnicos intervenientes têm desveladas todas as condicionantes, inclusive as trágicas.

 
O controle das armas nos EUA


           Fundada em  emenda  à Constituição americana – que garante armamento para as milícias patrióticas – a National Rifle Association  desfruta de posição forte no Congresso americano. Os sucessivos massacres – como o último em escola primária de Connecticut – teriam condicionado, em outros cenários, medidas acautelatórias para evitar esses ataques em geral feitos por desequilibrados que logram adquirir armamento semi-automático e estoques de munição de alta capacidade, sem que haja qualquer controle dos antecedentes do comprador. Se o nível pesado e distorcido da propaganda dos mercadores de armas é evidente em anúncio grosseiro acerca da proteção dada por guardas armados às duas filhas do presidente, as entidades que procuram controlar este singular vezo americano ressaltam o alcance das medidas preconizadas pelo Presidente Barack H. Obama.
            A campanha para o controle desse armamentismo foi confiada ao vice Joe Biden, com vistas a obter de um Legislativo relutante medidas tendentes a coibir no futuro tais lamentáveis episódios.
            Para sublinhar o empenho da Casa Branca nesse campo, o Presidente já assinou legislação específica dentro de sua esfera de competência. Por enquanto, as pesquisas de opinião pública mostram o apoio majoritário a muitas das propostas presidenciais, inclusive a proibição à venda de armas sem levantamento de antecedentes dos compradores por estabelecimentos não-credenciados. 
           Sob o impacto da tragédia da escola de Connecticut a imposição de controles mais adequados às aquisições de armamentos nos Estados Unidos seria uma evolução positiva  para que cesse este evidente abuso do sagrado direito americano de porte de armas.  No passado, o hilariante diálogo entre o diretor Michael Moore e o então idoso presidente da NRA, Charlton Heston, não foi bastante para que a desgraça da escola de Columbine motivasse a adoção de medidas mais enérgicas. É de augurar-se que a hecatombe de Connecticut conduza a uma oportuna revisão nesse controverso tópico.                

 

(Fontes:  Folha de S. Paulo, International Herald Tribune)

Um comentário:

Maria Dalila Bohrer disse...

Hoje os jornais apontam uma aceitação de 51% do Presidente Obama frente ao povo americano. Tudo indica que o cenário é promissor à aprovação de legislação mais restritiva.