O asilo de Assange
Em geral,
o personagem central de asilo diplomático – no caso, o candidato a asilo na
embaixada – costuma estar envolto nos sete véus da discrição. De início, a
entrada do suposto perseguido na missão diplomática, e em seguida, na sua
eventual permanência na embaixada – na hipótese menos comum de que a despeito
de sua condição reconhecida pelo governo que concede o asilo, o governo do país
junto ao qual está acreditada a missão se recuse a dar-lhe o salvo-conduto –
não é habitual que o asilado apareça e muito menos que faça discursos.
O leitor, lembrando-se talvez do ‘asilo’
supostamente concedido pela embaixada do Brasil em Honduras a Manuel Zelaya. Ponderar
que essa reserva diplomática desaparecera com aquele estranho asilo, dado o
comportamento do asilado em relação ao entorno político hondurenho, pode
qualificar o comentário no que tange aos dez minutos de pública notoriedade de
Julian Assange. Tomando a Administração Obama como o verdadeiro poder que, em fim de contas, explicaria o seu asilo na missão do Equador junto ao governo britânico, Assange atacou Washington e seus diversos processos judiciais contra os que teriam vazado documentos confidenciais. Nas suas palavras, ‘se Wikileaks está sob ameaça, o está igualmente a liberdade e a sanidade de todas as nossas sociedades (políticas)’.
A aparição de Assange, sem embargo, pode ser vista como um elogio, posto que involuntário, de radical democracia. Em quantos países (dentre o submundo que condiciona os pedidos de asilo) uma cena como aquela, com os policiais que ali estão supostamente para prendê-lo ou para evitar-lhe a fuga, poderia ser visualizada ?
Eleição em São Paulo
Será que Celso Russomano, apoiado
enquanto profissional da mídia, logrará transpor a barreira para o segundo
turno, como as presentes prévias indicam ?
Ou prevalecerá o desfecho habitual, entre
PSDB (José Serra) e PT (Fernando Haddad), como aventa o pessoal do ramo ?Estamos acaso diante de uma luta de sombras, à moda javanesa[1], entre o tríduo Russomano (opção evangélica e assistencialista), José Serra (o peso das interrupções anteriores) e Haddad (o vetor de indicações de forças superiores, a despeito de prática inferior no ramo eleitoral) ?
Por coerência, Dilma Rousseff não deveria acaso prestigiar já a partir do primeiro turno o candidato de Lula da Silva ?
Eleição no Rio
de Janeiro
Marcelo Freixo é, por ora, um longínquo segundo, e em terceiro está Rodrigo Maia, em aliança com Clarissa Garotinho.
Freixo é o pré-candidato das esperanças que quase elegeram Fernando Gabeira há quatro anos atrás. Com o seu curriculum-vitae, e malgrado as dificuldades de furar o bloqueio da mídia, no contexto das alegadas vantagens institucionais do candidato à reeleição, terá ele condições de provocar não só o segundo turno, mas também as de vencer, como esteve ao alcance de Gabeira nos comícios anteriores de 2008 ?
( Fontes subsidiárias :International Herald Tribune,
Folha de S.Paulo, O Globo )
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