Um comentário infeliz
É difícil
acreditar que o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, tenha criticado a inclusão
de Marina Silva nas poucas personalidades, a conduzir o pavilhão olímpico.Foi
um comentário grosseiro e inoportuno que não atinge Marina,personalidade que está muito acima do
nível do deputado do PCdoB.
Atribuir a apoios reais a presença de
Marina, além de ridículo, mostra que o Ministro
não enxerga o valor e o mérito,
quando se refletem em uma escolha que simplesmente a eles faz justiça.Achei muito oportunas as observações de Artur Xexéu sobre as baixarias de A. Rebelo. Se não desejava enaltecer a merecida deferência dada a Marina Silva, teria se portado de forma menos imprópria se houvesse preferido calar-se.
Amanhã, o juizo
do Mensalão
O Supremo, no entanto, não deverá dar tento a essa manobra protelatória dos causídicos, com Marcio Thomaz Bastos à frente.
Acredita-se difícil que o julgamento possa ser terminado antes do dia três de setembro, quando ocorre a aposentadoria compulsória do Ministro Cezar Peluso. Semelha existir a possibilidade de que ele declare o seu voto de forma antecipada, o que não deixará de provocar polêmica e movimentações na defesa com vistas à anulação do processo.
Todo esse empenho da defesa dos réus do mensalão se explica porque o Ministro Peluso é normalmente incluído entre os juízes que favorecem a condenação.
Por outro lado, continua o silêncio do Ministro Dias Toffoli quanto à sua declaração de impedimento. Perguntado a respeito, o Presidente do STF, Carlos Ayres Britto, disse que a questão se acha totalmente a critério de Toffoli, e que não duvida da propriedade de sua eventual decisão.
Com a devida vênia, senhor presidente, há poucas dúvidas quanto à declaração de impedimento da parte de Dias Toffoli. Por outro lado, o tribunal, se porventura acionado, poderá decidir sobre o eventual impedimento. Pelo visto, no entanto, o colegiado prefere lavar as mãos e deixar a total critério do Ministro Toffoli a decisão.
Nesses termos, o Ministro Toffoli já tem in pectore a respectiva declaração. Muito breve ela será de conhecimento público.
Por fim, assinalo a intervenção em vídeo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em que sublinha a importância de que o Supremo tenha bem presente a opinião pública a respeito do escândalo do Mensalão.
Guerra Civil
Síria
Dessa maneira, o desastre anunciado não se tem confirmado, seja pela maior motivação e flexibilidade no terreno dos rebeldes, seja por debilidades não reveladas das tropas do ditador.
A crise enfrentada pelo regime alauíta só tende a agravar-se. Como ocorreu no Afeganistão (e no Vietnam), o poderio de fogo tem claras limitações, de acordo com a velha teoria de quem utiliza o fuzil.
Se os desafios são progressivamente reduzidos a uma expressão pouco satisfatória, se visualizada por lunetas governamentais, a tendência inexorável se encaminhará para o reconhecimento de um processo negativo, com o aumento das defecções, nos diversos portes de peso político.
O apoio internacional que se multiplica, através de adesões de combatentes das mais diversas linhas, tem que ser examinado não com as lupas deformantes de interesses específicos. Existe um contingente curdo na Síria e, como nacionalidade irredenta, é natural que apóie a causa dos rebeldes. Também não desperta surpresa que Âncara encare com preocupação concentrações curdas próximas de sua fronteira, dado o tratamento que o seu governo costuma dispensar à minoria curda residente na Turquia.
Damasco ainda dispõe de apoio que não se limita a Moscou e a Teerã. A queda anunciada dos tiranos tende a intranquilizar diversos segmentos, seja os que temem o desconhecido e preferem um déspota mesmo não-esclarecido, às inevitáveis perturbações de uma revolução. Para tanto, estão prontos a minimizar as atrocidades do atual regime (e não são poucas as vozes que elogiam supostas qualidades do velho regime, enquanto viram a cara para a sua brutalidade, como se para eles fosse a tácita condição da respectiva permanência).
Essas reações sóem de resto acompanhar a pranteada queda de sanguinários tiranos, que por conveniência própria não se vexam em continuar apoiando. Não há muito, quando caíu o decano dos ditadores, não se ouviu acaso a voz que censurou o povo líbio por comemorar a morte de Kaddafi ? É de ver-se por aí o peso de tais esquizofrênicos juízos.
Carradas de razão tinha o cartunista Ali Ferzat, que vai rir por último, enquanto o próprio desenho (Bashar saltando para o carro de Kaddafi) se vai tornando realidade.
( Fontes: Folha de S. Paulo, O Globo )
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