A presença do Brasil na Olimpíada de Londres
No
futuro, quando lembrarmos a nossa participação em Londres 2012, estará gravada
a épica vitória das moças brasileiras no volley. Foi uma partida emocionante,
em que nós sentimos orgulho da determinação, habilidade e força de vontade da
equipe.
E a medalha de ouro não caíu do céu. Por
trás, está a memorável recuperação das meninas comandadas por José Roberto Guimarães, que soube fazer
o dever de casa.Superar as adversárias que pareciam inexpugnáveis – como mostrara a fácil vitória americana na fase da classificação – foi uma façanha, que nada tem a ver com a chance. O saque forte e a pressão das meninas brasileiras nos deu um grande presente: ouvir o hino nacional, e o nosso pavilhão encimando os dos Estados Unidos e Japão.
Proezas como esta, além de terem um valor todo próprio, nos ajudam a esquecer derrotas vergonhosas, como a do futebol contra o México, e as entregas das duplas masculina e feminina no volley de praia, sem falar no acabrunhante desmoronar da equipe masculina de volley.
Ontem, um garfo oriental impediu a vitória de Esquiva no boxe. Também aqui ficaríamos com a prata. O que me pareceu esquisito foi a composição do júri. Só havia orientais. Não é de estranhar, portanto, que o lutador japonês, Ryota Murata, já comemorasse o triunfo com o treinador, no seu corner...
Precisamos urgente tirar Mano da seleção. Não tenho nada contra ele pessoalmente, mas tem demonstrado um sólido e respeitável desconhecimento de o necessário para moldar uma equipe.
Dói ver o Brasil mais uma vez humilhado por uma equipe que se mostrou superior pela formação tática. Viramos, como diria o humorista, a selecinha de Mano. Sem conjunto, sem armadores de meio-campo, com os preferidos de Mano escolhidos por critérios que nada tem a ver com a técnica. Dá pra entender que haja barrado sempre a Lucas (e quando o colocava em campo, o fazia fora de sua posição) ?
Depois dos vexames da Copa América, das derrotas para o México e a Argentina, só uma burrice vizinha da suicida é capaz de ‘explicar’ a manutenção de Mano Menezes.
O trabalho de recuperação da honra de nosso futebol – e de termos uma seleção que esteja em condições de ir à final na próxima Copa – começará, Senhor Marin, com a substituição do medíocre Mano Menezes por um técnico que esteja à altura desse cometimento.
A escolha
do deputado Paul Ryan, que é o atual presidente da Comissão de
Orçamento da Câmara de Representantes, e que se reputa muito próximo da
ultra-reacionária facção do Tea Party,
significa a meu modesto ver, como um bônus inesperado para Barack Obama.
Não, meu caro leitor, não estou trocando
alhos por bugalhos. Ryan, a meu modesto ver, favorece o presidente em funções
pelas suas posições que estão à direita do candidato Romney (o que seria, de
resto, um expediente do ex-governador de Massachusetts para reforçar-lhe no
flanco conservador (leia-se direitista) do GOP.Como se sabe, na trajetória das primárias Romney não conseguiu vencer em nenhum estado do Sul profundo (aquele que antigamente votava com o partido democrata, por causa do trauma da guerra civil, e que se bandeou para os republicanos com as reformas de direito civil do texano Lyndon Johnson). Esta debilidade de Romney – de que se valeram os seus adversários na campanha como Rick Perry, Newt Gingrich e Rick Santorum – era utilizada amiúde pela ala contrária, com o argumento de que nenhum candidato do GOP poderia arrebatar a presidência sem o apoio do Sul.
É o que Mitt Romney tenta remediar. Se ele não pode livrar-se do ‘estigma’ de moderado para os militantes da base republicana, quem sabe Paul Ryan não trará sangue novo para a sua candidatura ?
O entusiasmo do gaffeur Romney é tamanho que ele veio ao microfone para solenemente anunciar quem será o futuro ‘Presidente dos Estados Unidos’. Ele não falou de Mitt e sim de Paul Ryan !
O velho Sigmund Freud explica isso muito bem. Se a correção não demorou muito – ‘quero dizer que Paul Ryan será o Vice-Presidente dos EUA’- disfarçando sob um risinho amarelo mais essa calinada, o ur-sentido da frase semelha manifesto: Ryan está sendo escolhido para salvar Romney de uma derrota anunciada. Fará então o mesmo que Sarah Palin não fez em 2008 ?
Não há negar que os tempos são outros, com o único traço de união na permanência da grande recessão, que o americano comum parece ter esquecido de quem a deve em realidade: a Bush júnior, e a sua gestão ruinosa da economia.
No entanto, como em política, quem leva a responsabilidade é o incumbent ( o presidente em exercicio), a conta é apresenta a Barack H. Obama. No capítulo, ele tem sobretudo a responsabilidade de não ter sabido aproveitar a maioria no Congresso durante o primeiro biênio de seu mandato. Perdeu-se em inúteis discussões acadêmicas, como se estivesse atuando em universidade, ao invés de ser o presidente dos Estados Unidos. Deixou que Rahm Emanuel e sobretudo Larry Summers tivessem um poder de brecar medidas urgentemente necessárias para alavancar a economia americana. A primeira parcela da conta Obama já a pagou com o meio-desastre do shellacking (tunda) da eleição intermediária de 2010, na qual os democratas viraram minoria na Casa de Representantes.
Dentro da missão do GOP, de que Mitch McConnell (o líder da minoria republicana no Senado não faz mistério), i.e., tudo fazer para que Obama seja presidente de um só mandato, o Partido Republicano tudo tem feito para brecar todas as iniciativas de um redesperto Obama para reativar a economia, ainda nos baixios da recessão.
Romney conta com o direitismo conservador (e põe conservador nisso) do Deputado Paul Ryan para conseguir impedir a confirmação da presença de Barack por mais quatro anos. Ryan segue aquela peculiar teoria do GOP versão moderna e evangélica, de tirar dos pobres para dar aos ricos.
Na sua proposta de orçamento – que obviamente emperrou no Senado – ele retira fundos dos programas sociais instituídos por Lyndon Johnson (Medicaid e Medicare), além do seu enfoque reducionista. Excetuadas as despesas com o complexo militar-industrial, de que já alertara na sua partida o Presidente Dwight D. Eisenhower, a prioridade da linha Ryan está na contenção dos gastos. É uma visão epimeteica da realidade, com menos tributos para os ricos, e o desfavorecimento das camadas de menor renda.
O próprio Mitt Romney, em uma de suas escorregadelas que deixam entrar um pouco de luz no sotão de sua mente, e medir o seu menosprezo pelos segmentos mais pobres, nos deu uma visão hobbesiana do quão pouco dá importância aos extratos menos favorecidos da economia.
Por isso, é importante que Obama frise bastante o que significaria em termos políticos, sociais e econômicos esta chapa do GOP a ser referendada em Tampa na Flórida.
É a versão Robin Hood ao revés: tirar dos pobres para dar aos ricos !
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