Como um torcedor do Vasco da Gama, Presidente, estou preocupado com a situação do time. Depois de ótimo começo, com pontuação plena, principiamos a perder pontos.
Por algum tempo, no entanto, a torcida acreditou na possibilidade de o Vasco ser um concorrente sério para o título, assim como no ano passado.
Por falar em 2111, presidente, recordo-me de seus comentários ao final do campeonato, em que se demonstrou a maneira com que o Vasco foi tungado, por diversos juízes, de oito pontos, através seja da anulação de goals – por infrações que somente o árbitro e quem sabe a comissão técnica da CBF pôde ver – seja pela não marcação de penalties, como no jogo com o Internacional, no Beira Rio, para o qual foi escalado um juiz sem condição física de acompanhar de perto a partida (este senhor, a trinta metros de distância, considerou como ‘simulação’ e deu cartão amarelo ao jogador vascaíno por um foul imaginário, ao invés de assinalar o claro pênalti cometido na área do Internacional).
Recordei-me das suas declarações bem-comportadas, com o Corinthians já com o título, em que o senhor mostrava que pelo direito o título deveria ser do Vasco. O que me surpreendeu então é que o presidente do CRVG não se manifestasse no momento oportuno, enquanto o que aparecia ser uma operação concertada, contra esse favorecimento acintoso do Corinthians em detrimento do Vasco.
O senhor há de ter visto a gritaria da direção do Corinthians na semana passada, por causa da validação de um gol em impedimento por um jogador do Santos. Por causa disso, senhor Roberto Dinamite, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF foi defenestrado, e o bandeirinha suspenso, para submeter-se a um necessário reaprendizado.
Meu caro Presidente,
que gritante diferença entre o tratamento cinco estrelas concedido ao Corinthians pela CBF, por um goal em
impedimento validado (que não decidiu campeonato algum), e aquele
não-tratamento para um conjunto de operações muito mais graves, eis que
implicaram na perda de oito pontos pelo Vasco, que foi por isso relegado ao
lugar de vice-campeão do Brasileirão do ano passado ?
Além da escandalosa diferença de
atenção entre um grande clube do Rio de Janeiro e outro grande clube de São
Paulo, a que mais devemos atribuir essa manifesta denegação de justiça ? Será
que para defender os nossos direitos não caberia um pouco mais de atitude e de
reclamação perante as instâncias competentes?Senhor Presidente,
não duvido de seu apreço e entusiasmo
pelo Vasco da Gama. No entanto, a ver-se pelo modo com que o senhor está tratando
o plantel, alguém poderia até duvidar disso. Como é possível ter um clube em
condições de conquistar o campeonato, desfazendo-se de jogadores como Rômulo (da
seleção), Fagner e até Diego Souza, para trazer de volta um Carlos Alberto que,
a despeito de torcedor vascaíno, não acrescenta muito em termos de ataque ao
Vasco.
Aliás, o colunista de O Globo, F.
Calazans chega a dizer que o Vasco de agora não tem mais ataque, e quem se
atreve a contraditá-lo, enquanto deixam sozinho no ataque a Alecsandro ?Todos nós compreendemos a sua atitude de manter nominalmente Ricardo Gomes como técnico, deixando o seu segundo, Cristóvão Borges, à testa da equipe. Com o desfazimento da qualidade do time, tão bem costurado por Ricardo Gomes, e a óbvia incapacidade do substituto de reequilibrar a sua armação, com os ‘valores’ à sua disposição – sem falar na crescente impaciência da torcida com o subtécnico – não será chegada a hora de resolver-se o problema do técnico ?
Todos nós continuamos dispostos a aguardar pelo regresso de Ricardo Gomes. Só o senhor no entanto terá elementos para saber se e quando essa ansiada volta será possível. Entrementes, parece-me ser urgente a necessidade de (a) fortalecer e não enfraquecer o Vasco; e (b) considerar a hipótese de um substituto para Cristóvão Borges, sempre e quando o nosso prezado técnico Ricardo Gomes não esteja ainda em estado de reassumir plenamente o seu posto.
Creia-me, com o apreço e a atenção de sempre de
Mauro M. de
Azeredo
(torcedor do CRVG desde 1948)
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