Mensalão:
segunda fatia do Relator
O
relator do processo do Mensalão, Joaquim Barbosa, afirmou ontem, 20 de agosto,
em sua ‘segunda fatia’ de voto, que o esquema foi alimentado pelo desvio de
dinheiro público.
Com base em laudos e auditorias do
Tribunal de Contas da União, disse o relator que a DNA, agência do lobista
Marcos Valério, se apropriou de R$ 2,9 milhões do Banco do Brasil. Nesse primeiro desvio, a DNA ficou com tais bonificações – que deveriam ter sido restituídas ao Banco do Brasil – no valor acima citado.
Na segunda modalidade de desvio de recursos públicos, consoante o relator, Henrique Pizzolato, então diretor de Marketing do Banco do Brasil, ordenou o pagamento antecipado de R$ 74 milhões do Fundo Visanet à DNA em quatro operações financeiras, realizada entre maio e junho de 2004. Em troca, o ex-dirigente do BB recebeu R$ 326,6 mil.
No entender de Barbosa, o dinheiro era público e não privado, como alega a defesa. Com efeito, o BB detinha 32,3% das ações do Visanet e tinha total liberdade para escolher o que fazer com a sua parte do Fundo. Tais recursos, ainda segundo o relator, acabaram sendo usados para pagar políticos indicados pelo então tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Conclui o relator neste bloco pela condenação de Pizzolato, por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro; Marcos Valério , e seus dois sócios, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, os três por corrupção ativa e peculato.
Vicissitudes da
Candidatura Serra
Decerto boa parte do problema do ex-candidato à presidência da república, está nesta desconfiança do eleitorado quanto ao comprometimento de Serra com o cargo ora pleiteado.
Por sua vez, Fernando Haddad (PT) registrou aumento de um ponto, passando a 8%, enquanto os nanicos Chalita (PMDB), Soninha (PPS) e Paulinho (PDT) assinalaram, respectivamente 6%, 5% e 4%, sem variações de monta.
Por ocasião dos festejos pelo encerramento do mês sagrado de penitência, o Ramadã, o feriado do Id al-Fitr, Bashar compareceu a uma cerimônia pública. Como desde o atentado de dezoito de julho – em que morreram o Ministro da Defesa e três outros altos funcionários do regime – o presidente sirio não aparecia em público, a sua presença na mesquita Rihab al-Hamad indicaria a retomada da normalidade.
Observou-se, no entanto, que por óbvias considerações de segurança Bashar evitou comparecer na tradicional mesquita Umayyad, como é sua usança. Esta por ser bem maior, ofereceria menores possibilidades de controle por parte dos serviços especializados.
Por outro lado, diversas autoridades importantes faltavam no entorno presidencial. Tal se deveria, ou à preocupações de segurança, ou a outras motivações. No caso de seu irmão Maher-al Assad, o comandante da principal divisão síria, tal seria atribuído a uma doença. Faltaram igualmente à cerimônia na mesquita, entre outros, o vice-presidente Faruk al-Sharaa e Abdullah al-Ahmar, secretário-geral assistente do partido Baath (a ideologia oficial do regime alauíta).
Nesse contexto, as interpretações possíveis entram na área daquelas de décadas passadas, quanto às aparições da liderança soviética no monumento da Praça Vermelha, ao ensejo das paradas do então regime. A ordem das autoridades, ao lado do Secretário-Geral do PCUS, costumava ser examinada com lupa pelos ditos kremlinologistas.
Ainda no que tange ao destino do atual governo sírio, a posição dos Estados Unidos registra modificação de relevo. Com efeito, há um claro endurecimento político de parte da Casa Branca. A declaração oficial do Presidente Barack Obama de que o eventual uso de armas químicas pelo regime de Bashar é uma ‘linha vermelha’e que os Estados Unidos têm planos de contingência para o caso de ela ser cruzada, representa inequívoca advertência à Síria.
Por primeira vez, uma ação militar fica subentendida. No entanto, é difícil por ora precisar o seu eventual alcance. De certa forma, a declaração tem por referência não só o contexto sírio, mas também as críticas, no quadro da campanha presidencial, da ala mais à direita do estamento político americano, por supostamente não intervir no conflito daquele país. Dados os precedentes anteriores, a prudência exercida até o presente não deve ser motivo de censura.
( Fontes: O
Globo, Folha de S. Paulo, International Herald Tribune )
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