Ironia climática na Convenção Republicana ?
Bom senso
e política não deviam ser palavras antagônicas,mas por vezes o observador há de
perguntar-se por que teimam em contrariar-se ou em adotar posturas que desafiam
a prudência.
A Flórida é um estado americano por onde
passam muitos furacões e tempestades tropicais neste época do ano. Às vezes,
tais desastres naturais fustigam regiões próximas, com foi o caso do Katrina, cujo aniversário se comemora
(?) a 29 de agosto, e que assolou New Orleans e pôs a nu a incompetência do governo Bush jr.Agora, sob o lema – podemos fazer melhor ! – o GOP lança em Tampa a convenção para entronizar a candidatura de Mitt Romney. A despeito da suposta moderação do candidato, forçoso se afigura reconhecer que, a par do nome do ex-governador de Massachusetts, há muitos contrapesos da direita partidária a pesar tanto na plataforma, quanto no seu companheiro de chapa.
Além de Paul Ryan, com os seus remédios ultra-conservadores, o programa do GOP está na contramão da progressão política, a começar pela proposta reversão da histórica decisão da Suprema Corte Roe v. Wade, o que equivaleria a reintroduzir a proibição do aborto na sociedade americana.
Desta feita, o tempo ameaça a festa republicana. Há mais do que uma certa ironia em que um partido onde se aninha a negação do efeito homem sobre o clima, e em que prevalece a filosofia dos petroleiros irmãos Koch (que subvencionam todas as medidas e proposições tendentes a derrubar normas ambientalistas) uma vez mais se descubra a braços com esse maldoso e traiçoeiro clima, a pregar-lhe peças como foi a do furacão Katrina.
Não há dúvida de que o presidente Barack H. Obama deveria ter feito mais, depois das promessas de Copenhaguen, em prol da defesa da ecologia e do clima, do que sua pálida performance até o presente. Há esperanças de que em um segundo mandato sua consciência ambiental se fortaleça. De qualquer forma, nada de bom neste campo pró-ambiental pode ser esperado de Romney & Cia.
Guerra Civil
Síria
Pelo menos 320 mortes em Daraya, nos arredores de Damasco, mostra a nua intenção do extermínio da oposição, o que inclui a matança de inocentes como crianças e jovens.
Esse massacre, precedido pelo cerco e fechamento de vias de escape, se insere na promessa de combater a ‘todo custo’do ditador, e o torna um candidato ainda mais certo para o Tribunal Penal Internacional da Haia. Assad pode pensar que o veto russo será a sua varinha mágica, a torná-lo imune da lei penal internacional, malgrado as muitas atrocidades em que o próprio regime se afunda, na tentativa de debelar o levante sírio. Contudo, basta olhar para os muitos réus já indiciados pelo TPI para verificar que há limites para essa intervenção, limites que não costumam resistir à corrosão do tempo e da sobrecarga negativa dos criminosos anteriormente sob a asa do Kremlin.
Mensalão: voto
de Joaquim Barbosa
Seria o mesmo mutatis mutandis que esperar um voto condenatório do Ministro Toffoli neste processo do mensalão. Há algo de muito errado na designação dos ministros do Supremo. Em um país tão sério e tão apegado a princípios, como o demonstra a comissão senatorial encarregada de avaliar as candidaturas à Suprema Corte, será de surpreender que entrem na composição de nossa mais alta corte nomes que dificilmente lá estariam se acaso submetidos a um exame mais rigoroso e consentâneo com as responsabilidades dos eventuais indicados para tão algo cargo?
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