terça-feira, 24 de julho de 2012

Notas não-Diplomáticas

                                
Ainda os  Quatro  Vereadores  Éticos no Rio

             Como assinalei no blog de domingo, 22 de julho, apenas quatro vereadores na Câmara do Rio recusarem o aumento da remuneração. Vale a pena repetir: são dois do PSOL (Eliomar Coelho e Paulo Pinheiro) e duas do PSDB (Teresa Berguer e Andrea Gouvea).
           É de assinalar-se que a Gaiola de Ouro se compõe de 51 edis.
             Parece, igualmente, oportuno frisar que nenhum membro da bancada do PT recusou o incremento no salário. No passado, quando estavam fora do poder, os membros do Partido dos Trabalhadores se caracterizavam por comportamento bem diverso. Muito provavelmente, teriam engrossado o minguado total de edis que não aceitaram mais essa ‘bondade’ do Congresso das quartas-feiras.
           Hoje, aí estão, ronronando no bando dos gatos gordos.



Os  Ciclistas e  o  Prefeito


            Surgiram calçadas no Rio de Janeiro que levam muito adiante a autorização – contrária às leis do trânsito – de que as bicicletas circulem livremente por espaço antes reservado aos pedestres.
           Embora nas instruções do DETRAN conste que os ciclistas devem respeitar as leis do trânsito, esta disposição se insere entre aquelas regras para inglês ver. Basta caminhar pelas calçadas cariocas para vê-las infestadas por bicicletas, muitas delas rodando em alta velocidade, como se fossem donas do campinho.
         Na verdade, em muitos espaços já o são, como se vê em placas com a figuração do pedestre e ... do ciclista. Apesar de dizerem que a prioridade é do pedestre, dá para acreditar que os rápidos, apressados ciclistas terão algum especial cuidado com o público que, em geral, nas terras ditas civilizadas, se associa às calçadas e às praças ?
       Deveria aqui abrir um parêntesis de justiça a estes heróicos ciclistas – como a moça Juliana Ingrid Dias que morreu em São Paulo, a dois de março último, na rota do trabalho, atropelada por um ônibus, na avenida Paulista. É gente consciente, digna de todo nosso respeito e admiração, e não só porque obedecem às leis do trânsito. Nas ruas e avenidas, enfrentam perigos, muita vez pela falta de atenção e consideração devidas por ônibus e automóveis.
         Tais ciclistas não têm a nada ver com o bando de trêfegos que, quando fora das calçadas, não respeita as mãos dos logradouros. Quantos transeuntes já não foram atropelados pela simples circunstância de não terem olhado também para a contramão?
        Outro espaço que se tornou perigoso para o pedestre é a pista da Vieira Souto que ladeia o calçadão de Ipanema. Antes, nos domingos e dias feriados, essa pista ficava aberta exclusivamente para os pedestres, que podiam assim exercitar-se com toda segurança, caminhando em faixa mais larga e confortável do que o estreito calçadão de Ipanema.
        Se em teoria nada mudou, na prática as bicicletas e os skates invadiram a pista  da Vieira Souto, tornando bastante arriscada a sua utilização pelos indefesos pedestres. Dir-se-ía que os usuários de skate se acreditam veículos,  fazendo todo tipo de manobra perigosa na pista da Vieira Souto. E as bicicletas, também enjeitando a sua ciclovia – onde nunca os ciclistas param, quando o sinal está fechado – ajem como se estivessem em espaços exclusivos, sem modos nem consideração.
       Por causa dos novos centauros, os pedestres perdem a vez, quando não baixam ao hospital, como já ocorreu com gente muito conhecida.
      O que surpreende ainda mais é a total abulia da guarda municipal, que nada faz para coibir os abusos e tornar seguras essas vias para quem de direito.

  
      Senhor Prefeito,

      
      o senhor que ora postula a reeleição deverá ter presente que, a par dos lídimos direitos dos pedestres, que vêem o respectivo espaço invadido, além de ameaçada a própria segurança pelos maus modos acima descritos, têm todo o fundamento de pleitear o respeito à sua incolumidade, tanto nas calçadas e praças, quanto nas vias citadinas, abertas para o seu merecido lazer dominical.
       Se entre os ciclistas, como acima mostrei, cabe referir, separando os responsáveis, que se servem da bicicleta como meio de trabalho e de subsistência, dos demais que as usam como instrumentos de folguedo, importa por isso cuidar da proteção de um e de outro, assim como evitar que se transforme em meio de dano e prejuízo ao que temos de mais precioso, i.e., a nossa própria segurança e o direito de nos valermos das supostas oportunidades de diversão.
      A maioria tem o direito de ser respeitada, até mesmo no interesse da autoridade que pleiteia a própria recondução. Nesse ponto, termina a demagogia e se afirma a obrigação perante a sociedade civil.

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