Como não ver com incredulidade as desculpas do Ministro Lobão e a enésima tentativa de Lula de apequenar como mero incidente um fenômeno que atingiu 18 estados e privou de 45% a carga de energia do país, em duração média de quatro horas?
Tampouco se podem engolir as oportunistas críticas da oposição. Acaso pensam esses catões de arribação que somos todos desmemoriados ? Quem não se recorda da precariedade deste abastecimento nos tempos de FHC, que nos brindou com bastos apagões e o sacrifício de longo racionamento de energia ?
Ambos os lados, seja por faltas passadas ou presentes, merecem o menosprezo do povo brasileiro, submetido não só ao desconforto do brusco e não-previsto colapso da energia, mas a todas as suas sequelas de espantosa e exasperante amplitude.
As atabalhoadas desculpas do Ministro Edison Lobão, esta criatura do sistema Sarney, constituem deplorável retrato do próprio despreparo e do pegajoso subdesenvolvimento nacional. Como acentuou Míriam Leitão, a princípio disse que era pane em Itaipu. Atribuiu ao governo anterior as faltas de interligação. De novo, se equivoca, eis que o sistema se acha há decadas interligado. Então, parafraseando a velha fábula, se não foi isso, foram problemas meteorológicos ! Um raio seguramente é o culpado ! Qualquer coisa é válida, menos falha humana.
Entrementes o seu loquaz chefe minimiza o acontecido – como é o vezo dele. Na sua logorreia, sequer se detém com o insignificante problema do hospital que, por acrescida improvidência, não dispõe de gerador (para atender a deficiências respiratórias e renais, entre outras), ou alguém que fique encerrado no sufocante breu de elevador, ou privado de água corrente, ou com aparelhos eletrônicos e eletro-domésticos danificados, ou com a casa incendiada por curto circuito,etc. etc. ?
Será uma cansada reação de raiva impotente, ao depararmos esses políticos cujas promessas têm a vida curta – “Nós temos uma outra certeza, que não vai ter apagão. Nós hoje voltamos a fazer planejamento”, Dilma Rousseff, a 29 de outubro p.p. ?
É de recordar-se que no tucanato igualmente fora o maldito raio o culpado do desastre.
Tais explicações – e insistentes intentos de desviar a atenção, com acusações a FHC et al. – semelham mais o zunido incômodo de insetos, que molestos roçam em nossos ouvidos antes que o despachemos com gesto impaciente. Porque outro órgão do Estado reputa mínima a chance de raios serem a causa do apagão. Não foram detectados raios capazes de provocar o desligamento da rede. E no suposto local onde tudo teria começado, na subestação de Itaberá, a tempestade mais próxima distava trinta km !
Ao invés da discurseira vazia, das parvas explicações, se pensa na inchação dos empregos públicos, na proliferação de ministérios inúteis em número a rivalizar com os do bando de Ali Babá, e se acercando ao âmago da questão, a irresponsibilidade na incúria das inversões de infraestrutura, em pesquisa e em investimento.
É forçoso reconhecer que as semelhanças entre Chávez e Lula não se cingem ao discurso neopopulista. São muy amigos, embora as dádivas sejam mais de Nosso Guia do que do falastrão caudilho. E, agora, será que nos descobriremos irmanados pelos achaques energéticos de lá (banhos de 3 minutos, carência de água, apagões a mancheias) pela explosão da mancha assistencialista, a estulta e condenada transposição do Rio São Francisco, e as ignaras, nervosas explicações do Ministro Lobão, a par de temerárias e arrogantes promessas da mãe do PAC e candidata de algibeira do senhor Presidente – o único que trabalha, eis que todos os seus antecessores nada fizeram !
Em tempo, o modesto blog, terminado às 10:4lhs da manhã, ignora quando será postado na internet. A quem culpar, devo ? A Zeus, com seus raios, ou a Lobão, com o seu domínio da respectiva Pasta ?
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
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