domingo, 17 de janeiro de 2021

Trump e a Crise na Presidência

        Nenhum presidente americano terá deixado o cargo sob atmosfera tão negativa quanto o fará Donald Trump.  Seu legado já era pesado quando iniciou, em discursos da Casa Branca,  uma estulta cruzada contra um suposto movimento de fraude  - que  só ele e seus sequazes mais radicais logravam visualizar -  quando passa a lançar acusações contra essa fraude supostamente urdida pelos democratas. 

        Quem não o conhecesse bem, poderia cair na armadilha, e pensar que se tratava de um fogaréu de inconsequente.  Mas tal não foi desde logo a postura de rede de tevê de extrema direita, que tratou desde aquela noitada de afastar-se de o que a muitos  parecia apenas mais uma cruzada inconsequente desse demagogo.

        Aquela dissociação surpreenderia a muitos, mas mostrou que a direita americana não estava disposta àquela sanhuda aventura que o demagogo não se pejava de lançar, com o desrespeito à verdade e aos sentimentos de lisura e hombridade que em seguida trat  aria de pisotear, como se fora um traquinas irresponsável.  

         O ataque contra o Capitólio - insuflado por Trump - mostrou não só o desatino do ex-presidente, que perdera qualquer resto de respeito  pela política, a tal ponto que forçou a dissociação de vários companheiros de estrada que, de repente, se deram conta de que havia um limite entre Donald Trump e eles próprios. Quando um político - como Trump o fez - perde qualquer conexão com a Política - como ele mostrou pelo seu insano insuflamento de uma insurreição que se associava às loucas aventuras de chefes de fila que, ao parecer, gritaram com a breca ! e mandaram às favas qualquer coisa que se assemelhe a atitudes em que o respeito é professado como um ethos existencial, e não um truque de um vulgar demagogo. 

          Serã muito importante para a nova presidência democrata, como o novel presidente Joe Biden saberá lidar com Donald Trump. Como a posse há de transcorrer, aí teremos uma sinalização  de peso para o novo mandatário  democrata, que tem tudo para distinguir-se e estigmatizar o seu adversário  republicano.

           Não só afirmar a dignidade presidencial, mas a sua diferença de um indivíduo movido pelo ódio e por um movimento que o levou aos subterrâneos do gangsterismo, assim como Trump veio a proceder, em um motim que faria a vergonha de Richard M. Nixon.  

         O segundo impeachment de Trump, pela votação da Câmara de Representantes, não é uma afirmação vazia,  Mas dificilmente, sobre ele cairão, no Senado, os votos-anátemas, que marcariam o merecido castigo do Povo americano.  Se Nancy Pelosi, como Madam Speaker torna a afirmar-se,  o novo presidente democrata ainda não terá maioria no Senado  o que um aspecto negativo, que lhe restringe a governança 

Nenhum comentário: