sexta-feira, 4 de setembro de 2020

O impeachment e o prefeito Crivella

              

       Como o jornal O Globo assinala com oportunidade, ao longo de seus quatro anos de mandato, o prefeito Marcelo Crivella se acostumou a ver a Camara Municipal avaliar a abertura de processos de impeachment contra ele. Ontem, tal medida que deveria ser excepcional aconteceu mais uma vez (é a quarta!), e como nas anteriores, aos trancos e barrancos, o incrível Crivella acaba por sair vitorioso.

          Dessarte, a velha Gaiola de Ouro decidiu por 25 votos a 23 - e olhem que houve duas ausências - que não existia motivo válido para o prefeito ser investigado por conta dos incríveis "guardiões do Crivella", como são designados os servidores mobilizados para atrapalhar reportagens e impedir críticas de cidadãos  sobre o atendimento nos hospitais públicos, muitas vezes realizado de forma constrangedora e mesmo ameaçadora. Assinale-se que tais capangas são regiamente pagos pelos cofres públicos, como se esse tipo de missão fosse consentâneo com a democracia.

           Houve duas abstenções na votação (Thiago K. Ribeiro (DEM) e Júnior da Lucinha (PL), que se sufragassem o impeachment, dariam o voto de Minerva ao presidente da Câmara, Jorge Felippe (DEM). Como tal não ocorreu, Crivella escapou do impeachment mais uma vez.

             Durante o debate de ontem, a oposição (PSOL) usou em vários momentos a expressão "milícia" para se referir  ao grupo Guardiões do Crivella. Tem-se noção, portanto, de o que significa, como o afirmam os apoiadores desse partido das boas causas:"configura flagrante inobservân-cia dos princípios da probidade administrativa, em especial da honestidade, imparcialidade e legalidade, além de possível crime de responsabilidade".

 

( Fonte: O Globo )


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