terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Dos Jornais XXVI

DOS JORNAIS - XXVI

O GLOBO - 21.12.2008
Santos Dumont ou Galeão ?

Em entrevista ao jornal carioca, Solange Paiva Vieira, presidente da Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) não concorda com as restrições impostas ao Santos Dumont em termos de tráfego aéreo interno. No seu entender ‘toda restrição só prejudica o consumidor’.
Comentário. O Santos Dumont era aeroporto de grande movimento até que foi fechado para reforma considerada inadiável. Por sua vez, o governo do estado sempre se empenhou pela suposta revalorização do Galeão. Ao contrário, no entanto, do que apregoam as autoridades estaduais, com o governador Sérgio Cabral à frente, a maior utilização do Galeão para vôos internos não redundou em avanços de suas pretensões de transformar-se em um hub em termos internacionais. Nas palavras de Solange Vieira, o movimento internacional do Galeão (l,1 milhão) é irrisório em comparação com Guarulhos (4 milhões).
Se o usuário tivesse vez, o renovado Santos Dumont receberia não apenas a ponte aérea Rio-São Paulo, mas também vôos para Brasília, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba e, talvez, Porto Alegre. Pela sua situação topográfica, representa maior conforto e segurança para o passageiro. Congratulo-me, pois, com os propósitos de Solange Vieira, sintonizados com o interesse da sociedade, e não com a política do Estado do Rio de Janeiro que persistindo no favorecimento do Galão está ao arrepio deste mesmo interesse.

O GLOBO – 22.12.2008
Chavez anuncia desapropriação de shopping.

Pergunto-me por quanto tempo ainda haverá investimento estrangeiro na economia venezuelana. Por compreensíveis razões, qualquer inversor carece de um mínimo de previsibilidade e de estabilidade normativa no país em que se propõe empregar as próprias divisas. Ora, como um governante do estampo de Hugo Chávez, em que se mistura poder quase-ditatorial e tendência bastante marcada para temperamento errático, pode ser visto por empresas internacionais e investidores estrangeiros senão como um espantalho na prática a qualquer interesse em investir na Venezuela ?
Essa ‘politica’ de Chávez, anunciada em programas televisivos, pode beirar o ridículo, como o seu anúncio de que “ irá desapropriar um shopping em final de construção, no centro de Caracas, porque o lugar não combina com os ideais socialistas”. A comicidade, no entanto, diminui se tivermos presente o que acarreta em termos de atraso, de restrição ao emprego, e ao empobrecimento em geral da economia venezuelana. Com o petróleo na casa dos quarenta dólares e não nos três dígitos de antes, o voluntarismo de Chávez só contribui para encolher ainda mais a riqueza na sua república bolivariana.

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