quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Carta aberta para Presidente Roberto Dinamite

        Senhor Roberto Dinamite,

        haverá alguma lógica no seu atual propósito de aliar-se a Eurico Miranda ? Ao suceder o antigo presidente do Vasco, o senhor trouxera a esperança de tempos melhores.
        No entanto, depois da boa campanha no último Brasileirão, terminada em segundo lugar, e quem sabe, em primeiro, se não fossem tantos os pontos perdidos por decisões estranhas de uma série de árbitros,  a atuação no corrente Campeonato brasileiro tem sido decepcionante.
        Depois de começo esfuziante, o time começou a tropeçar. Tal se deve, em  parte, à venda de bons jogadores do CRVG (Romulo, Alan, Fagner, Bernardo, e muitos outros), o que não poderia senão contribuir para o desmantelamento da equipe.
        Tampouco ajudou a desorganização financeira - com os sucessivos atrasos no pagamento dos salãrios dos atletas, que agora estariam pendurados por três meses.
        Muito jogadores teriam sido inclusive vendidos para fazer caixa e pagar os compromissos pendentes.
         Há de concordar que a descapitalização do Vasco da Gama é  política rasteira de clube pequeno, e que, ao contrário de resolver as grandes questões, só tende a agravá-las.
         Segundo consta, o seu isolamento no clube seria tamanho que constituiria a base para induzi-lo a promover tal aliança com o antigo presidente do CRVG.
          Não duvido das próprias boas intenções. Sem embargo, parece oportuno recordar-lhe que a sua assunção no Clube da Colina de São Januário fora feita sob o premissa da renovação.
         Creio ser opinião geral que o clube, a torcida e sobretudo a equipe precisam vencer a má fase presente. Para tanto, será indispensável a ampla união dos beneméritos e do conselho para que se encontrem soluções que atendam e resolvam a inegável grave situação de crise que no momento se nos depara.
         Neste transe, é indispensável a conjunção de esforços e a busca de saída à altura de um clube como o Vasco da Gama com que - estou certo da concordância de Vossa Senhoria - não merece estar atravessando hora e vez tão difíceis e penosas quanto as que se lhe defrontam.
         Para que o Vasco consiga dar a volta por cima é imprescindível a sua participação pró-ativa junto do Conselho, da torcida e dos jogadores, para que se logre soluções de maior fôlego, como a formação de um time dentro das tradições do clube, incluindo um C.T. e uma equipe dirigente que responda ao desafio da hora. Se construirmos uma base sólida, poderemos olhar com confiança o futuro, porque estaria assegurado o atendimento das questões incidentais, como o pagamento em dia dos salãrios. Em um clube bem montado e organizado, tais problemas não se põem.
        Precisamos trazer de volta a harmonia e alegria para São Januãrio.
        Qualquer que seja a solução para os problemas que confrontam à equipe e à torcida, estou certo de que o senhor não se omitirá, trazendo ao clube a sua efetiva e oportuna colaboração. 
         
            Atenciosamente,

          
            Mauro M. de Azeredo
     

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