Nenhum presidente americano terá deixado o cargo sob atmosfera tão negativa quanto o fará Donald Trump. Seu legado já era pesado quando iniciou, em discursos da Casa Branca, uma estulta cruzada contra um suposto movimento de fraude - que só ele e seus sequazes mais radicais logravam visualizar - quando passa a lançar acusações contra essa fraude supostamente urdida pelos democratas.
Quem não o conhecesse bem, poderia cair na armadilha, e pensar que se tratava de um fogaréu de inconsequente. Mas tal não foi desde logo a postura de rede de tevê de extrema direita, que tratou desde aquela noitada de afastar-se de o que a muitos parecia apenas mais uma cruzada inconsequente desse demagogo.
Aquela dissociação surpreenderia a muitos, mas mostrou que a direita americana não estava disposta àquela sanhuda aventura que o demagogo não se pejava de lançar, com o desrespeito à verdade e aos sentimentos de lisura e hombridade que em seguida trat aria de pisotear, como se fora um traquinas irresponsável.
O ataque contra o Capitólio - insuflado por Trump - mostrou não só o desatino do ex-presidente, que perdera qualquer resto de respeito pela política, a tal ponto que forçou a dissociação de vários companheiros de estrada que, de repente, se deram conta de que havia um limite entre Donald Trump e eles próprios. Quando um político - como Trump o fez - perde qualquer conexão com a Política - como ele mostrou pelo seu insano insuflamento de uma insurreição que se associava às loucas aventuras de chefes de fila que, ao parecer, gritaram com a breca ! e mandaram às favas qualquer coisa que se assemelhe a atitudes em que o respeito é professado como um ethos existencial, e não um truque de um vulgar demagogo.
Serã muito importante para a nova presidência democrata, como o novel presidente Joe Biden saberá lidar com Donald Trump. Como a posse há de transcorrer, aí teremos uma sinalização de peso para o novo mandatário democrata, que tem tudo para distinguir-se e estigmatizar o seu adversário republicano.
Não só afirmar a dignidade presidencial, mas a sua diferença de um indivíduo movido pelo ódio e por um movimento que o levou aos subterrâneos do gangsterismo, assim como Trump veio a proceder, em um motim que faria a vergonha de Richard M. Nixon.
O segundo impeachment de Trump, pela votação da Câmara de Representantes, não é uma afirmação vazia, Mas dificilmente, sobre ele cairão, no Senado, os votos-anátemas, que marcariam o merecido castigo do Povo americano. Se Nancy Pelosi, como Madam Speaker torna a afirmar-se, o novo presidente democrata ainda não terá maioria no Senado o que um aspecto negativo, que lhe restringe a governança
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