A uma semana das eleições para as presidências da Câmara e do Senado - nas quais o Governo Bolsonaro está empenhado a fundo - o Ministro Paulo Guedes foi a público para deixar claro que uma nova rodada do benefício do Acordo Emergencial - de que o Governo já se valera no passado para melhorar a sua posição junto à Opinião Pública, máxime no grupo de baixa renda (e com resultados muito bons em especial no Nordeste) - que a dita rodada só será possível com uma trava nos gastos.
Essa advertência se dirige mais para o próprio Presidente, eis que somente salvaguardas para valer devem ser empregadas, como tratou de pontuar o Ministro da Economia Guedes. Como no discurso da velha fábula, uma nova rodada do benefício dito milagroso do Auxílio Emergencial só se torna possível se seguido de considerável arrocho nos gastos públicos.
Como se sabe, Paulo Guedes tem de precaver-se, porque a sua posição na Administração Bolsonaro não é mais a do rochedo do início, com as loas vindas dos tempos da Universidade de Chicago.
Para que dessarte não haja enganos, nem falsas ilusões, Guedes asseverou que a extensão da abertura da burra dos fundos depende de contrapartidas que podem ter gosto amargo, como o congelamento de despesas com educação, e segurança e salários do funcionalismo.
Dessarte, foi hora de deixar bem claro que a empresa será árdua e que os resultados requerem lábios cerrados e pulso firme: "Não pode ficar gritando guerra toda hora. Nós temos que ter muito cuidado (sic). Quer criar o auxilio emergencial de novo, tem que ter muito cuidado, pensar bastante. (Guedes se dirige diretamente ao próprio chefe, que pensaria por certo que o dito auxílio não traz outras consequências negativas). Quer criar o auxílio emergencial de novo, tem que ter muito cuidado, pensar bastante. Porque se fizer isso, não pode ter aumento automático de verbas para educação, para segurança pública, porque a prioridade passou a ser absoluta (sic) para o auxílio - disse Guedes, durante evento virtual promovido pelo banco Crédit Suisse.
Mas a advertência do Ministro Guedes não se limitou a tal: "travar todo o resto" do Orçamento, aí indicando que seria necessário suspender regras que reajustam determinadas despesas com base na inflação. Para voltar à batida imagem, Guedes comparou as ações de combate à pandemia a uma guerra, quando os recursos públicos são direcionados para as medidas relacionadas com o conflito. Contando com o primarismo de quem o nomeou Ministro (e portanto czar da Economia), . o parágrafo seguinte troca em miúdos:
"Pega os episódios de guerra aí e vê se teve aumento de salário durante a guerra. vê se teve dinheiro para saúde, educação. Não tem. Aqui é a mesma coisa. Se apertar o botão ali, vai ter que travar o resto todo. "
Na verdade, este senhor recado do Superministro Paulo Guedes tem um óbvio destinatário, a par de constituir forma de tranquilizar os ditos agentes do mercado financeiro, logo uma semana após candidatos apoiados pelo governo na disputa pelo comando do Congresso defenderem publicamente a prorrogação do auxílio emergencial...
Nesse mesmo evento, o próprio Bolsonaro também defendeu a manutenção do teto de gastos (contenção de despesas à inflação do ano precednte ), e igualmente indicou que não prorrogará o auxílio emergencial. Sem embargo, a possibilidade de prorrogar o auxílio já é considerada pela equipe de Guedes, ainda que se trate por ora de evitar inúteis desgastes, antes do transcurso das eleições para a Presidência do Congresso
( Fonte: O Globo )_
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