A Organização Mundial de Saúde ocupou-se, ontem, quinze de janeiro, da falta de oxigênio em Manaus. O colapso do sistema de saúde de Manaus e a morte de pessoas por asfixia pela falta de oxigênio foram mencionados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um chamado para que países não descuidem da prevenção à Covid-19. "O que está acontecendo em Manaus é um alerta a muitos países. Se vocês construíram uma infraestrutura, com leitos de UTI , e oxigênio, não desativem, a pandemia não acabou ainda", afirmou a diretora-geral assistente da OMS, Mariangela Simão.
O diretor-executivo da entidade Mike Ryan, disse que a situação na cidade se deteriorou significativamente e que todo o sistema parece estar implodindo. Ele ressaltou que essa não é uma condição somente de Manaus, mas também de outros Estados, como Amapá e Rondônia. E apontou que a maior parcela de responsabilidade ainda é do relaxamento da população. Nós precisamos ser capazes de aceitar, como indivíduos, como comunidades e governos, nossa parte da responsabilidade para o vírus sair do controle", enfatizou Ryan.
O drama de Manaus - que depois de uma primeira crise mais séria voltou a manifestar-se - enfatiza diversos problemas, que não deveriam ser descritos em punhados de frases que omitem o continuado interesse e participação da população envolvida, o padecimento de parentes próximos que se prodigaram na provisão dos meios indispensáveis, e que sob muitos aspectos não semelham suscetíveis de serem enfeixados em uma série de frases de efeito, que decerto não fazem jús à falta da necessária atenção e organização das ditas autoridades competentes, ao lado de populares e parentes próximos, que se empenham em evitar o perigo que se delineia nas cercanias, e que esforços constantes, de parentes e de pessoas que buscavam substituir-se no comprometimento de fornecer os tubos de oxigênio, dentro de condições necessariamente precárias, oriundas da geografia e da situação de Manaus - um olhar ao mapa não seria de enjeitar, para que alguém com um mínimo de sensibilidade se possa conscientizar das inerentes dificuldades amazônicas e dos correspondentes desafios (no sentido toynbeeano) apresentados pelos grandes, enormes obstáculos colocados aos que se ocupam do necessário fornecimento de meios indispensá-veis à provisão da vida, nunca esquecendo, dentro de aparência de normalidade, a que a distância e as inerentes dificuldades tendam por vezes a serem omitidas, nessa luta titânica para a sustentação dos múltiplos e profusos meios da tecnologia da vida. Não olvidemos, portanto, à maneira de um Júpiter demasiado sôfrego, esses lutadores anônimos, e não nos apressemos a desmerecer dos obstáculos que têm pela frente .
(Fonte: O Estado de S. Paulo)
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