domingo, 31 de janeiro de 2021

Presidente da CPI das Fake News recebeu 40 mi de verba extra

       Com a sua corajosa coluna, Eliane Cantanhêde  (Estadão) torna mais fácil a leitura dessa pletora de verbas no Congresso: "eleições  e jogos de futebol não se ganham de véspera, mas pelo andar da carruagem , dos cargos e emendas extras, os dois grandes vencedores na disputa de amanhã pelo comando de Câmara e Senado serão o presidente Jair Bolsonaro e o Senador Davi Alcolumbre DEM-AP) O grande derrotado tende a ser o  deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que apesar de brilhante papel na longa presidência da Câmara - iniciado com profuso choro - mas tropeçou na reta final (segundo a colunista)."

        " Na mesma semana em que o governo anunciou o maior rombo das contas públicas da história, com um déficit de R$ 743,1bi (ou 10% do PIB). Por outro lado, o Planalto despejou R$ 3 bilhões em recursos "extras" e as conhecidas emendas parlamentares, destinados a 250 deputados e 35 senadores.

          "Dinheiro para prorrogar o auxílio emergencial não há e fórmulas para ampliar a abrangência e o valor do Bolsa Família ainda não estão no ar, mas o site Metrópoles revelou gastos de R$ 2,2 milhões com chicletes e R$ 15,6 milhões  com leite condensado, para dar "energia" aos soldados. Assim Bolsonaro, sendo ele próprio, reage atacando a imprensa e contaminando o  ar com palavrões.  Dessarte, é sobre os escombros de suas promessas de 2018 que o presidente vai construindo a sustentação de seu governo, de suas ideias, projetos e pautas demolidoras. Foi assim que ele moldou uma  vitória e tanto no Congresso, onde desfilou por 28 anos, A gente achava que não tinha aprendido nada, mas aprendeu tudo direitinho."

              "No Senado, Alcolumbre  escolheu o favorito Rodrigo Pacheco  (DEM-MG), o levou de bandeja para Bolsonaro, e viabilizou sua vitória. (...) Bolsonaro perdeu a guerra da primeira vacina e da primeira foto para Joao Doria, mas ri à toa diante da perspectiva de vitória para Rodrigo Maia, candidato a ser o grande derrotado amanhã.  Uma pena. Em três mandatos consecutivos na Presidência da Câmara, ele se superou, galgou vários degraus na hierarquia política e assumiu a cara e a voz da oposição a Bolsonaro."

               A Cantanhêde na sua informada coluna não elimina possíveis surpresas (V. Severino Cavalcanti em 2005). No entanto,  é forçoso reconhecer "que Maia blefou com a reeleição no STF, demorou a definir um candidato  e dessarte superestimou suas armas diante do arsenal do Planalto e, assim  ameaçou sua posição de ponte entre líderes e partidos de centro para 2022. 

                "Ele porem tem 50 anos e oxigênio político nesse deserto de homens e ideias. O mundo dá voltas, a política é como nuvem (Magalhães Pinto)  e o Brasil precisa,mais do que leite condensado e chiclete, de seus principais quadros para enfrentar o que está aí." 

 

( Fonte: O Estado de S. Paulo, coluna da Cantanhêde)

sábado, 30 de janeiro de 2021

Procuradores cobram ação contra Bolsonaro

    Grupo de ex-integrantes da cúpula da Procuradoria-Geral da República pediu ontem, dia 29 de janeiro,  que o PGR Augusto Aras apresente uma denúncia contra o Presidente Jair Bolsonaro por causa de sua atuação no enfrentamento da pandemia do coronavírus.

     "Jair Bolsonaro sempre soube das consequências de suas condutas, mas resolveu correr o risco.  O caso é de dolo, dolo eventual, e não culpa", afirmam o ex-procurador-geral da Republica Claudio Lemos  Fonteles e os ex-procuradores federais dos Direitos do Cidadão Deborah Duprat, Alvaro Augusto Ribeiro Costa e Wagner Gonçalves. O documento também é assinado pelo subprocurador-geral  aposentado Tarso Braz Lucas e pelo desembargador apos. Paulo de Tarso Braz Lucas e pelo desembargador apos.  Manoel Lauro Volkmer de Castilho.

      Na prática, a representação aumentaria a pressão interna sobre Aras, que vem sendo cobrado por colegas para agir de forma mais assertiva na investigação da atuação de autoridades frente à pandemia.

        Quando a representação pública de saúde de Manaus entrou em colapso, v.g., Aras pediu inicialmente para investigar omissão da prefeitura e do governo da Amazônia. Só depois da pressão interna e de Opinião Pública, o Procurador acionou o Supremo para abrir inquérito contra o ministro  da Saúde, Eduardo Pazuello. Aras preferiu analisar primeiro as informações apresentadas pelo governo, antes de recorrer ao STF.

         No documento de sete páginas, o grupo aponta uma série de condutas de Bolsonaro "reveladoras de sabotagens  e subterfúgios de toda ordem para retardar ou mesmo frustrar o processo de vacinação", apologia ao uso de medicamentos comprovadamente ineficazes e a má-utilização de recursos públicos com a produção em larga escala de cloroquina e hidroxi- cloroquina pelo Exército Brasileiro.


( Fonte: O Estado de S.Paulo )


PF abre inquérito contra Pazuello

     A P.F. abriu ontem inquérito para apurar a responsabilidade do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello,  que é general - serviço de Intendência.  A investigação  foi determinada pelo Ministro Ricardo Lewandowski (STF). Como relator do caso, Lewandowski apontou como objetivo  investigar se houve omissão no enfrentamento do colapso causado  pela falta de oxigênio hospitalar, para o atendimento de pacientes internados com Covid-19 em Manaus.

     \Já nesta segunda-feira,  Lewandowski que é relator do caso, apontou para os devidos fins que o objetivo é investigar se houve omissão (de socorro) no enfrentamento do colapso provocado pela falta de oxigênio hospital, para atender pacientes internado com a Covid-19 em Manaus.

        Como se sabe, com estoques de cilindros zerados em algumas unidades de saúde, pacientes morreram  por asfixia e outros pacientes careceram  de ser transferidos para receber atendimento médico em outros Estados.

          Lewandowski ainda determinou que o ministro Pazuello preste depoimento à Polícia Federal em cinco dias, após ser intimado, e que a investigação seja concluída dentro  de prazo de dois meses. Nesse sentido, o general-ministro  terá a prerrogativa de marcar dia, horário e local para ser ouvido. A investigação em tela deve tramitar no Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq), em razão do direito ao foro pela prerrogativa da função de ministro de Estado.

            O inquérito foi aberto a pedido do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, após pressão de partidos políticos, de integrantes do próprio Ministério Público e, last but not least, da Opinião Pública. O procurador-geral se manifestou em uma representação do partido Cidadania.

             Ao ensejo da abertura do inquérito, Aras disse  ver "possível intempestividade" nas ações de Pazuello, indicando dessarte que o ministro da Saúde pode ter demorado a reagir diante da crise em Manaus. Nesse sentido, o próprio governo já admitiu ao STF que a pasta sabia desde o dia oito de janeiro da escassez de oxigênio  para os pacientes na capital do Amazonas, e uma semana antes do colapso.

              Aras considerou os fatos "gravíssimos". De acordo com a PGR, o ministro da Saúde pode responder pelos fatos nas esferas cível, administrativa e criminal, caso seja comprovada sua  omissão na crise na capital do Amazonas. 

               "Considerando que a possível intempestividade nas ações do representado (Pazuello), o qual tinha dever legal e possibilidade de agir para mitigar os resultados, pode caracterizar-se omissão passível de responsabilização civel, administrativa e/ou criminal, impõe-se o aprofundamento das investigações a fim de se obter elementos informativos robustos para a deflagração de eventual ação judicial", asseverou o Procurador-geral ao Supremo. 

                  Dois dias antes, Aras recebeu Pazuello em Brasília. Segundo informações divulgadas pela PGR a reunião presencial foi solicitada pelo general para aprestar esclarecimentos depois que o procurador  pediu informações sobre as medidas em curso para resolver a crise em Manaus.

                   O próprio general Pazuello chegou a admitir o "colapso" na rede de saúde da capital amazonense. Após a declaração, o presidente Jair Bolsonaro  afirmou já ter feito a sua parte.  Segundo disse na ocasião foram enviados recursos e outros meios ao Amazonas para o enfrentamento da Covid-19.


( Fonte: O Estado de S. Paulo  )       

   

Bolsonaro promete recriar ministérios

    Às vésperas de lançar reforma ministerial que se esforçara em negar nesses últimos dias, o Presidente Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira, dia 29 de janeiro,  que "estuda recriar os ministérios da Cultura, do Esporte e da Pesca".

      Dessarte, as contingências políticas e a consequente demagogia o arrastam, nas palavras de O Globo, dois anos depois de prometer em campanha limitar em quinze postos o seu primeiro escalão para não ceder ao "toma lá, dá cá", dos partidos, em que ele  ora pretende chegar a vinte e seis! 

        Dessarte, a dois escassos dias das eleições para a presidência da Câmara e do Senado,, com a mudança das lideranças respectivas,  Bolsonaro se sente viver sob pressão de que dê mais espaço no seu governo aos partidos do chamado  Centrão.  No entanto, tais partidos que são a epítome do"toma lá, dá cá", não só levantam a cabeça,  mas se alçam, sanhudos que são pelo poder,  alargando a sua linguagem para o que sobremaneira os caracteriza. Nesse novo tipo de relação,  o Centrão quer mais, e não lhe perguntem por quê, eis que guarda  na sanha e na postura a sede do poder,  no que ele tenha decerto  de mais cru, e diríamos quase repulsivo e revelador. 

        Entramos, portanto, em uma nova fase da Administração Bolsonaro e não é decerto, por acaso, que farejando de longe, aí surgem em seu horizonte os caminhoneiros,  levantando os conhecidos fantasmas  da sua última greve, com as consequências e os estragos que acarretara em tempos crus ainda na memória.  É o sindicalismo de oportunidade que sem muitas nove horas ronda esse novo governo que já tem os seus demônios para exorcizar. 

         A atmosfera, portanto, incita a aventureiros de última hora, eis que se valem de muitas incógnitas, com as ruas já em rebuliço, e a sensação de fraqueza que permeia o horizonte. São horas difíceis, em que avultam cobranças por erros ainda presentes,  dado o despropósito de um capitão ignorar a cruel pandemia, pensando talvez emular a um heroi seu - que hoje já está debaixo da mitológica fraude que ousou em desespero inventar!


(Fontes:  As mudanças na política internacional e na brasileira )

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

A cepa de Manaus representa risco geral

       Infectologista  Marcus Lacerda (Fiocruz) informa que a nova cepa do coronavirus com maior capacidade de transmissão - e que provoca devastação em Manaus, já se acha em 91% das amostras sequenciadas no Amazonas. Por isso, é questão de tempo  para que se torne dominante em outras regiões do Brasil.  Ainda segundo Marcus Lacerda "em cerca de um mês já deve prevalecer sobre outras".

        Dentro desse quadro não é  nada animador - será bom não esquecer no vale-tudo dos enfrentamentos viróticos que o ex-Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta criticou o fato de o Brasil estar aberto a vôos e transferir  pacientes  de Manaus para outros estados.

         Por isso, Mandetta prevê uma megapandemia em sessenta dias !

          Se tivermos presente que Luiz Henrique Mandetta foi sem nenhuma razão válida afastado do posto - para o qual tem uma competência que vai muito  além da Taprobama - permito-me expressar um sentir quanto a sua  capacidade que é muito maior do que a de seus apagados sucessores, além de ser óbvio que em termos de medicina o seu sucessor Pazuello não tem condições de ser-lhe comparado, e que, por conseguinte, Mandetta  deveria ser utilizado como consultor-especial e executivo do Ministério da Saúde, com funções especiais, dado o seu óbvio valor profissional médico no particular ?

           Não creio que esteja falando impropriedades, ao assinalar que é mais do que tempo de pôr cobro aos erros garrafais de Jair Bolsonaro no particular, e de procurarmos dar um jeito para valer nas brutais estranhices presidenciais ( covid não passa de gripezinha ) ?  Bolsonaro, além de não fechar as fronteiras do país como até o seu colega argentino fez, tem tido uma atuação que é mais ruinosa do que a do próprio modelo Donald Trump, pelo seu estranho menosprezo contra uma doença de tal seriedade, com tantos brasileiros mortos, com um clamor de Justiça e de Ciência que é de resto - e que resto! - atribuível a inconfessáveis preconceitos.

( Fonte:  O Globo ) 

            

Joe Biden e a Crise Climática

        A 27 de janeiro corrente, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou pacote legislativo estimado em US$ dois trilhões, que tem por escopo criar condições para o enfrentamento da crise climática mundial.

         A medida em tela, que já havia sido anunciada pelo Presidente estadunidense, atinge a indústria de gás e petróleo, enquanto proíbe novas explorações em terrenos públicos e corta subsídios de combustíveis fósseis como o petróleo.

         Em determinação de grande oportunidade, a proposta americana cita igualmente a proteção da Amazônia, ponto de atrito com o atual governo do presidente Jair Bolsonaro. São notórios os avanços das chamadas "queimadas" e outras destruições ilegais na Amazônia (e como foi - e impunemente - na imensa área do Pantanal), como oportunamente assinalado por este blog, e que foram abertamente estimuladas pelo atual governo da direita radical no Brasil.

          Nesse sentido, é de assinalar-se que no intúito de barrar tamanha boçal destruição da hiléa amazônica, esse maravilhoso patrimônio que nos foi assegurado por Mãe Natureza, e que já fora admirado no século XVIII pelo grande explorador teutônico, desde muito países se cotizam para viabilizar a preservação do chamado inferno verde, que é a fonte dos rios voadores da Amazônia e do bioma de incontáveis etnias indígenas. Nesse sentido, há poucos meses, Papa Francisco determinara a realização de um Sínodo, sempre dentro do sentido de preservar a criação deste pulmão e maravilhoso espaço, que não é para ser transformado em infame deserto de cúpidos madeireiros, eis que tal, como já o demonstram e manifestam as pessoas informadas  vai contra a ciência, o bom senso e tudo que fala em preservação da Natureza, o combate contra a savanização, e a boçal transformação em green-backs da gigantesca hiléa amazônica que a seu tempo celebrara o grande explorador teutônico Von Humboldt, no então mundo europeu do século XVIII que se já nos é longínquo pela distância do Deus Chronos, infelizmente basta que o recordemos na velha e destruídora prática dos abates, que nos dão as mortas e inférteis  extensões da savanização vazia, que da antiga riqueza da Hiléia só extraem os calvos espaços de uma terra infértil, que traz para a Amazônia a paga infernal dos grandes espaços estéreis desses semidesertos que são as savanas.

          Resistir é preciso, e tal máxima se torna ainda mais veraz no nascimento de nova Administração de Joe Biden. Aos governos progressistas não interessa a destruição, a aridez das queimadas nem as boçais políticas de desmatamento, que só prometem e acenam para o futuro com a aridez, a escassez da pobreza, e as limitações da boçalidade que só pensam em   serem transformados os negócios como se estes  se    limitassem às tristes e hirtas madeireiras que só prometem o deserto disfarçado dos abates indiscriminados. 

           O Acordo do Clima deve ser preservado, e a  Amazônia representa o seu estandarte, como assegurando o necessário espaço para que os pulmões da Natureza continuem a criar Progresso e Vida - o que não é o produto dos abates, disfarçados ou não, pelas hordas da desertificação e do regresso, que são justamente o contrário de o que propõe o Acordo de Clima, de Paris. 

            Onde estão as florestas da África do Norte ? Bem guardadas no sonho das hordas de imbecis que as puseram abaixo! Para quê ?, pergunta o Poeta.  No caso deles, Para Nada !


( Fontes: O Globo e Folha de S. Paulo )

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A Guerra do Auxílio Emergencial

       A uma semana das eleições para as presidências  da Câmara e do Senado - nas quais o Governo  Bolsonaro está empenhado a fundo - o Ministro Paulo Guedes foi a público para deixar claro que uma nova rodada do benefício do Acordo Emergencial - de que o Governo já se valera no passado para melhorar a sua posição junto à Opinião Pública,  máxime no grupo de baixa renda  (e com resultados muito bons em especial no Nordeste)  -  que a dita rodada só será possível  com uma trava nos gastos.  

        Essa advertência se dirige mais para o próprio Presidente, eis que somente salvaguardas para valer devem ser empregadas, como tratou de pontuar o Ministro da Economia Guedes. Como no discurso da velha fábula, uma nova rodada do benefício dito  milagroso do Auxílio Emergencial só se torna possível se seguido de considerável arrocho nos gastos públicos.

         Como se sabe, Paulo Guedes tem de precaver-se, porque a sua posição na Administração Bolsonaro não é mais a do rochedo do início,  com as loas vindas dos tempos da Universidade de Chicago.

          Para que dessarte não haja enganos,  nem falsas ilusões,  Guedes asseverou que a  extensão da abertura da burra dos fundos depende de contrapartidas que podem ter gosto amargo, como o congelamento de despesas com educação, e segurança e salários do funcionalismo.

           Dessarte, foi hora de deixar bem claro que a empresa será árdua e que os resultados requerem lábios cerrados e pulso firme: "Não pode ficar gritando guerra toda hora.  Nós temos que ter muito cuidado (sic).  Quer criar o auxilio emergencial de novo, tem que ter muito cuidado, pensar bastante. (Guedes se dirige diretamente ao próprio chefe, que pensaria por certo que o dito auxílio não traz outras consequências negativas). Quer  criar o auxílio emergencial de  novo, tem que ter muito cuidado, pensar bastante. Porque se fizer isso, não pode ter aumento automático de verbas para educação, para segurança pública, porque a prioridade passou a ser absoluta (sic) para o auxílio - disse Guedes, durante evento virtual promovido pelo banco Crédit Suisse.

             Mas a advertência do Ministro Guedes não se limitou a tal: "travar todo o resto" do Orçamento, aí indicando que  seria necessário suspender regras que reajustam determinadas despesas com base  na inflação.  Para voltar à batida imagem,  Guedes comparou as ações de combate à pandemia a uma guerra, quando os recursos públicos são direcionados para as medidas relacionadas com o conflito. Contando com o primarismo de quem o nomeou Ministro (e portanto czar da Economia), . o parágrafo seguinte troca em miúdos:

             "Pega os episódios de guerra aí e vê se teve aumento de salário durante a guerra. vê se teve dinheiro para saúde, educação. Não tem. Aqui é a mesma coisa. Se apertar o botão ali, vai ter que travar o resto todo. "

              Na verdade, este senhor recado do Superministro Paulo Guedes tem um óbvio destinatário, a par de constituir forma de tranquilizar os ditos agentes do mercado financeiro, logo uma semana após candidatos apoiados pelo governo na disputa pelo comando do Congresso defenderem publicamente a prorrogação do auxílio emergencial...

               Nesse mesmo evento, o próprio Bolsonaro  também defendeu a manutenção do teto de gastos  (contenção de despesas à inflação do ano precednte ), e igualmente indicou que não prorrogará  o auxílio emergencial.  Sem embargo, a possibilidade de prorrogar o auxílio já é considerada pela equipe de Guedes, ainda que se trate por ora de evitar inúteis desgastes, antes do transcurso das eleições para a Presidência do Congresso

                                                                                              (  Fonte:  O Globo  )_

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Pandemia: Bolsonaro perde de Doria

 Decerto não surpreende que pesquisa realizada pela Datafolha mostre que 46% dos brasileiros pensam que João Doria (governador de São Paulo) fez mais contra a pandemia da Covid-19 do que Jair Bolsonaro. É interessante notar que a fatia de os que avaliam a atuação do presidente como superior  conseguiu chegar a 28%.

    Como não se desconhece, o discurso pró-ciência do governador João Doria (PSDB), segundo o Instituto Datafolha,   fez mais contra a pandemia da Covid-10 do que Jair Bolsonaro.

     A esse resultado positivo -  decerto não é difícil para uma população conscientizada dar-se conta da exiguidade das ações de Bolsonaro se comparadas com as do governo Doria.  

      Com objetivo discurso pró-ciência desde o início da pandemia, contrapondo-se ao negacionismo do presidente, é de frisar-se que o governador de S. Paulo conseguiu, através de suas reuniões regulares para a mídia, manter um diálogo ativo com o público televisivo, a quem pôde manter um intercurso com esse grande público, a quem se empenhou em informar das principais medidas e providências em vias ou em medida de serem tomadas.

      Dado o negacionismo de Bolsonaro - desvencilhando-se do Ministro Mandettta - que foi afastado por causa do mérito respectivo, o que é  penosamente inegável - e substituído  por outro médico, que não demonstrara durante a decerto curta passagem pela saúde, qualidades similares às de seu antecessor, o que levaria em relativo pouco a mais um anunciado afastamento.

       A nomeação de um militar, Eduardo Pazuello, foi a consequência. Agora, o resultado  de mais essa nomeação - que é do serviço de intendência - está pendente de o que for apurado por ação do Procurador-Geral da República. Com efeito, como o ´próprio ministro Pazuello declarou à imprensa, ele viajou para Manaus  "sem vôo de volta".


( Fontes: O Globo e Folha de S. Paulo )

sábado, 23 de janeiro de 2021

Cresce a reprovação a Bolsonaro

    Diante da alta das indicações de contágio e  morte pela Covid-19, o presidente Bolsonaro foi confrontado pelo aumento  da reprovação contra o seu governo ( de 32% passou a 40% ), segundo a pesquisa da Datafolha.

    Sem embargo,  pouco mais de metade da população brasileira se mostrou contra a abertura de um processo de impeachment. 

     Não obstante, continua alto o nível de mortes provocado pela pandemia.  A situação em Manaus causa muita preocupação, e a crise ataca São Paulo e Rio de Janeiro.  Na Cidade dita Maravilhosa, todas as 33 Regiões Administrativas têm agora risco alto de contágio pela Covid-19, mas não há proibição formal de frequentação de  praias pela nova Administração.  Já em São Paulo, só serviços essenciais  poderão abrir as portas nos fins de semana  e após as 20hs.. 


( Fonte:  O Globo )

         

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Região Norte: Colapso e falta de oxigênio ?

      Enquanto persistem as cenas de pavor em hospitais de Manaus - levando pacientes com Covid-19 a fugirem para casa, a falta do oxigênio começaria a provocar fatalidades em municípios do interior do Amazonas e do Pará. 

       Por outro lado, a decisão da União Indiana de enviar a vacina  Oxford/AstraZeneca de início a seis nações vizinhas - solenemente ignorando operação do Brasil para recolher esse fármaco no país asiático - e o risco de falta de imunizantes diante de travas impostas pela China para exportar tais insumos teriam fragilizado o governo de Jair Bolsonaro, segundo a Folha. 

       No passado, já filtraram comentários nada airosos sobre a China que tería saído do entorno da família Bolsonaro. Por outro lado, em guerrinha interna auxiliares do presidente culpam o chanceler Ernesto Araújo pelo vexame  diplomático. Num jogo de empurra, não se sabe de quem é a responsabilidade, embora de saída é de questionar o profissionalismo dos círculos envolvidos, com comentários vincados de preconceito seja pelo entorno bolsonarista, seja alegadamente por diplomatas ligados ao ministro das Relações Exteriores. Ter-se-á presente também a reunião do ministério Bolsonaro, com comentários vulgares e debochados, com motejos sobre a pronúncia chinesa, além de outras observações que ajudaram a ejetar o ministro do Educação Weintraub para virar diretor do Banco Mundial.

        Tudo isso parece configurar uma estória muito mal contada. Zombar ou desmerecer da China, com observações de cunho negativo, é passar atestado de incompetência diplomática. Com efeito, desfazer com observações vulgares e preconceituosas  sobre o povo chinês, é passar atestado de burrice diplomática, e com firma reconhecida...

  (Fonte: Folha de S. Paulo )     

domingo, 17 de janeiro de 2021

Trump e a Crise na Presidência

        Nenhum presidente americano terá deixado o cargo sob atmosfera tão negativa quanto o fará Donald Trump.  Seu legado já era pesado quando iniciou, em discursos da Casa Branca,  uma estulta cruzada contra um suposto movimento de fraude  - que  só ele e seus sequazes mais radicais logravam visualizar -  quando passa a lançar acusações contra essa fraude supostamente urdida pelos democratas. 

        Quem não o conhecesse bem, poderia cair na armadilha, e pensar que se tratava de um fogaréu de inconsequente.  Mas tal não foi desde logo a postura de rede de tevê de extrema direita, que tratou desde aquela noitada de afastar-se de o que a muitos  parecia apenas mais uma cruzada inconsequente desse demagogo.

        Aquela dissociação surpreenderia a muitos, mas mostrou que a direita americana não estava disposta àquela sanhuda aventura que o demagogo não se pejava de lançar, com o desrespeito à verdade e aos sentimentos de lisura e hombridade que em seguida trat  aria de pisotear, como se fora um traquinas irresponsável.  

         O ataque contra o Capitólio - insuflado por Trump - mostrou não só o desatino do ex-presidente, que perdera qualquer resto de respeito  pela política, a tal ponto que forçou a dissociação de vários companheiros de estrada que, de repente, se deram conta de que havia um limite entre Donald Trump e eles próprios. Quando um político - como Trump o fez - perde qualquer conexão com a Política - como ele mostrou pelo seu insano insuflamento de uma insurreição que se associava às loucas aventuras de chefes de fila que, ao parecer, gritaram com a breca ! e mandaram às favas qualquer coisa que se assemelhe a atitudes em que o respeito é professado como um ethos existencial, e não um truque de um vulgar demagogo. 

          Serã muito importante para a nova presidência democrata, como o novel presidente Joe Biden saberá lidar com Donald Trump. Como a posse há de transcorrer, aí teremos uma sinalização  de peso para o novo mandatário  democrata, que tem tudo para distinguir-se e estigmatizar o seu adversário  republicano.

           Não só afirmar a dignidade presidencial, mas a sua diferença de um indivíduo movido pelo ódio e por um movimento que o levou aos subterrâneos do gangsterismo, assim como Trump veio a proceder, em um motim que faria a vergonha de Richard M. Nixon.  

         O segundo impeachment de Trump, pela votação da Câmara de Representantes, não é uma afirmação vazia,  Mas dificilmente, sobre ele cairão, no Senado, os votos-anátemas, que marcariam o merecido castigo do Povo americano.  Se Nancy Pelosi, como Madam Speaker torna a afirmar-se,  o novo presidente democrata ainda não terá maioria no Senado  o que um aspecto negativo, que lhe restringe a governança 

Aprovação unânime da Anvisa

A  Anvisa aprovou por unanimidade neste domingo, dia  17 de janeiro, a utilização emergencial  das vacinas Coronavac e  Oxford.


sábado, 16 de janeiro de 2021

Declaração da OMS sobre a situação em Manaus

   A Organização Mundial de Saúde ocupou-se, ontem,    quinze de janeiro, da falta de oxigênio em Manaus. O colapso do sistema de saúde de Manaus e a morte de pessoas por asfixia pela falta de oxigênio  foram mencionados  pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um chamado para que países não descuidem da prevenção à Covid-19. "O que está acontecendo em Manaus é um alerta a muitos países.  Se vocês construíram uma infraestrutura, com leitos de UTI , e oxigênio, não desativem, a pandemia não acabou ainda", afirmou a diretora-geral assistente da OMS,  Mariangela Simão.

    O  diretor-executivo  da entidade Mike Ryan, disse que a situação na cidade se deteriorou significativamente e que todo o sistema parece estar implodindo. Ele ressaltou que essa não é uma condição somente de Manaus, mas também de outros Estados, como Amapá e Rondônia. E apontou que a maior parcela de responsabilidade ainda é do relaxamento  da população. Nós precisamos ser capazes de aceitar, como indivíduos, como comunidades e governos, nossa parte da responsabilidade para o vírus sair do controle", enfatizou Ryan.

    O drama de Manaus - que depois de uma primeira crise mais séria voltou a manifestar-se - enfatiza diversos problemas, que não deveriam ser descritos em punhados de frases que omitem o continuado interesse e participação da população envolvida, o padecimento de parentes próximos que se prodigaram na provisão dos meios indispensáveis, e que sob muitos aspectos não semelham suscetíveis de serem enfeixados em uma série de frases de efeito, que  decerto não fazem jús à falta da necessária atenção e organização das ditas autoridades competentes, ao lado de populares e parentes próximos, que se empenham em evitar o perigo que se delineia nas cercanias, e que esforços constantes, de parentes e de pessoas que buscavam substituir-se no comprometimento de fornecer os tubos de oxigênio, dentro de condições necessariamente precárias, oriundas da  geografia e da situação  de Manaus - um olhar ao mapa  não seria de enjeitar, para que alguém com um mínimo de sensibilidade se possa conscientizar das inerentes dificuldades amazônicas e dos correspondentes desafios (no sentido toynbeeano) apresentados pelos grandes, enormes  obstáculos colocados aos  que se ocupam do necessário fornecimento de meios indispensá-veis à provisão da vida, nunca esquecendo, dentro de aparência de normalidade, a que a distância e as inerentes dificuldades tendam por vezes a serem omitidas, nessa luta titânica para a sustentação dos múltiplos e profusos meios da tecnologia da vida. Não  olvidemos, portanto,  à maneira de um Júpiter demasiado sôfrego, esses lutadores anônimos, e não nos apressemos  a desmerecer dos obstáculos que têm pela frente .

(Fonte:  O Estado de S. Paulo)

Sem vacina da Índia, Planalto tenta a Coronavac

   A  India informou ao Brasil que não pretende atender agora ao pedido  para liberar dois milhões de doses de vacinas da AstraZeneca/Oxford.  A negativa frustrou a expectativa do governo federal, que tinha preparado plano para que o imunizante  chegasse ao País até este domingo,  a tempo de ser usado no início da vacinação no  País.

     Diante da resposta da  Índia, o Ministério da Saúde  solicitou nessa sexta-feira a entrega "imediata"  de seis milhões de doses da Coronavac, que é produzida  pelo Instituto Butantã,  em parceria com a chinesa Sinovac. Com efeito, diante do contratempo, a Saúde planeja iniciar a imunização na próxima quarta-feira, dia vinte de janeiro, não se descartando que a vacinação comece com a Coronavac.


(Fonte O Estado de S. Paulo )

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

A Falta de oxigênio em Manaus

       A crise na atenção hospitalar em Manaus em 2020 volta a repetir-se. Como sói acontecer nessas crises, o pesadelo vivido pela população é ainda pior, nessa segunda onda da epidemia no Amazonas.

         A provisão de oxigênio, que atendera a necessidade em abril último, desta feita esgotou-se nos hospitais, e, em consequência, médicos relatam crescimento de mortes por asfixia. Nesse contexto,  o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu o colapso do atendimento na capital que tem 480 pessoas na fila por um leito.

         Por outro lado, o governo federal foi forçado a pedir ajuda aos Estados Unidos para transportar cilindros de oxigênio a Manaus, enquanto as pastas da Saúde e da Defesa coordenam a transferência de 750 pacientes para outros Estados. As primeiras transportações foram para instituições hospitalares no Piauí.

         Por outro lado,  com vistas a reduzir  a velocidade do contágio, o governador Wilson Lima (PSC) decretou toque de recolher entre 19hs e 6hs. em todo o Estado.

         Nesse ambiente dantesco - que se sucede à grave crise do ano passado naquele Estado - e cujas implicações em termos de provisão de meios médicos para atender à crise - não deixam de   levantar várias questões junto as autoridades ditas competentes.   Seguiram-se os enterros: foram 198, o maior número desde o inicio da pandemia.

( Fonte: O Globo )

  

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Segue o drama de Manaus

      A crise atravessada por Manaus diante da covid-19, com 1524 novas internações, nos nove primeiros dias de janeiro, já supera o total de hospitalizações registradas durante todo o mês de dezembro de 2020. Com efeito, no ano passado, em dezembro, foram 1371 pessoas internadas por causa da doença, e desta feita, já são 1524, em um período bastante mais curto de tempo. 

       Com efeito, a capital do Amazonas sofre um considerável recrudescimento no surto sofrido da Covid-19. Há superlotação  de hospitais e de cemitérios. Em todo o Amazonas, até o último sábado, mais de  212 mil pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus em toda a extensão do estado do Amazonas, e mais de 5,6 mil já morreram por causa da enfermidade.

     No sábado, a cidade voltou a bater o macabro recorde de internações, em um dia: foram 235 novas hospitalizações, o número mais elevado desde o início da pandemia no Estado,  Desse total,  228 novas internações aconteceram apenas em Manaus. 

      O governador Wilson Lima (PSC) anunciou que a rede pública de saúde está no limite e que ele pretende iniciar o processo de reabertura do Hospital de Campanha Nilton Lins. Nas últimas semanas, com efeito,  o estado vem registrando aumento  no  número de casos, internações e mortes por Covid-19. Diante do aumento da pandemia, o Amazonas entrou na fase roxa, aquela com maior estágio de transmissão da doença.


( Fonte: O Globo )

domingo, 10 de janeiro de 2021

Biden: Maioria no Legislativo

   O  presidente Joe Biden disporá de maioria na Câmara e também no Senado. No último caso, no entanto, a maioria é apertada, e será forçoso negociar com republicanos moderados.

    No entanto, é uma outra estória, pois com a preponderância no Senado, ainda que bastante exígua, a negociação, nos casos difíceis, estará sempre presente, o que é bastante diverso da situação anterior, em que a fraqueza do Partido Democrata no Senado forçava situações que hoje se configurarão com muito maior raridade. 

    No passado, Barack Obama, já ao cabo de seu mandato,  não lograra nomear um personagem de peso para o Supremo, e diante do stonewalling do GOP,  os democratas perderam o 'direito' de preencher uma vaga importante. 

      No futuro - e dependendo das habilidades respectivas - essa oportunidade pode luzir uma vez mais, dando mais força aos democratas, sobretudo depois da perda havida com a morte da Ginzburg.


MdeA/.

sábado, 9 de janeiro de 2021

O que significam as duzentas mil mortes ?

     As grandes tragédias  podem marcar a História de um Povo.  Com efeito, no presente momento o Brasil amarga o segundo maior número de mortes no planeta, que é apenas inferior àquele dos Estados Unidos, que dispõe de população 50% maior.  Nesse caso, porém, a imagem do fracasso  também é brasileira.  

      Tal se deve a um conjunto de fatores, mas sobretudo  pela circunstância não-ocasional de o Brasil não ter uma política nacional  contra a Covid-19.

       Esses malogros históricos não acontecem decerto por acaso.  Como nos ensina o historiador e filósofo da História  Arnold Toynbee, ao falhar diante de uma magno desafio, o Brasil, outrora orgulhoso de seu programa de vacinação, superou as projeções mais pessimistas e se tornou, no dizer de cientistas, um pária internacional de saúde pública. 

      Como assinala o artigo de Ana Lúcia Azevedo, em O Globo - A Face do Fracasso - Brasil supera as piores projeções e chega a duzentos mil mortos pela Covid-19.

       Segundo o referido artigo "é brasileira a face do fracasso contra o coronavírus. Sem testagem em massa, sem distanciamento social,  e sem vacina, o país, outrora orgulhoso de seu programa de vacinação, atravessa o difícil momento acima reportado."

       É difícil determinar que idéia na realidade se faz Bolsonaro do desafio que enfrenta.  O que ele mostra na maneira com que trata essa desgraça pública só tende a transmitir uma idéia de confusão mental, que pode chegar a excessos como considerá-la "uma gripezinha", o que constitui uma afronta não só aos duzentos mil mortos, mas também a todos aqueles que confrontam a "tal de gripezinha", seja nos superlotados hospitais de Manaus,seja  naqueles do Sul do Brasil, nas alas de casas de saúde e naquelas especialmente a quem tocou essa promessa, que tudo transfigura, diante da vantagem preciosa de um tratamento em UTI (unidade de terapia intensiva). A UTI é a promessa que não tem preço  - que não pode ser proporcionada pelas enfermarias das UPAs - e que em muitos casos significa a benção da vida, como que arrebatada às fauces sangrentas e por vezes desgrenhadas da terrível catadura da Morte. 

        Falar de gripezinha  não é só desrespeitar a todos aqueles que se contorcem e sobretudo sofrem, tangidos que são pela ameaça onipresente do grande desafio, que é a sombra sinuosa,  e, por quê não dizer, sôfrega da morte tão terrível , com que lutam, no silêncio por vezes sufocante das casas de saúde. 

         Falar de gripezinha não é só demonstrar a incapacidade de vivenciar, de alguma forma, esse enorme desafio a cada indivíduo, que luta, com dor ou sem dor, mas sempre com esperança na bênção existencial que aqueles silentes personagens à sua volta cuidam de manter bem  vivo, seja ele moço, homem feito ou idoso, porque esse combate tem muitos personagens, mas sobretudo há uma luz que deve ser preservada, na superação da morte, que é a motivação comum, , que pode transformar forças díspares em uma empresa generosa, que abre, de par em par, as portas da esperança, a qual, junto com o saber médico e a prestação tão silente e tão empenhada, tantos fatores, na aparência díspares, mas na realidade podem ser empunhados com ciência, conhecimento e confiança, para trazer a luz e a sua companheira esperança para todos os momentos de dor e desânimo, durante uma luta que semelha difícil marcar os passos, os minutos e as interrogações.

        Por isso, esqueçamos o deboche acintoso da gripezinha  e num esforço que não poderia ser mais válido, saudemos com um obrigado o doutor que está à cabeceira deste e daquele paciente, esse regente que tudo faz para tornar real essa promessa da superação da enfermidade, que numa simbiose não nos traz dúvidas mas certezas de que também ali aquela doença está sendo vencida, em uma empresa a Deus bendita, que será paga com respeito e a gratidão da cura. 

( Fonte: O Globo )



sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Covid: duzentas mil mortes

  Será que terá sido por ignorância de medidas de mínima segurança que o Brasil chega às duzentas mil mortes por Covid? 

    Recordo-me da repercussão nos jornais e na mídia quando das cem mil mortes. Desta feita, as manchetes parecem menores. Serão realmente ? Na verdade, há ocorrências que parecem não ter mudado substancialmente. 

     Como as aglomerações ao ar livre, na praia de Ipanema, que continuam impávidas, como se o preço do contágio fosse o risco a incorrer nessa brincadeira sem graça com o coronavirus. É difícil dizer quem é mais descuidado. Ou a autoridade oficial, que deveria fazer-se presente para relembrar  que não é um jogo de gato e rato, mas um estúpido risco que pode levar para hospitais lotados - como em Manaus, de novo, aonde as câmaras frias dos necrotérios têm de ser trazidas mais perto para as alas de hospitais que estão assoberbados por clientes graves e as indefectíveis UTIs que são o único passaporte para o salvamento terreno.

      Não é sem culpa que as multidões que acorrem aos fenômenos de fim de ano são por vezes tangidos pela monotonia da reclusão e da consequente vontade  de gritar pela sua permanência no Planeta Terra.

       Talvez a única, solitária campanha que teve sucesso ao afastar das praias foi aquela da passagem do Ano Novo, em Copacabana, embora outras menos famosas hajam resistido melhor ao apego dos fogos e das luzes. Com efeito, como se fora em descomunal esforço, as multidões de trinta e um sumiram das areias de Copacabana.

         O povo brasileiro tem levado muitos cascudos morais pela sua disposição - dir-se-ía quase irredenta - de festejar nas praias e nas indefectíveis aglomerações a chegada de datas que cáem na ocorrência. Assim, a mais festejada de todas entrou nas alas silenciosas dos hospitais, e é de perceber-se que tal gesto não se traduziu em alas e alas de pessoas - jovens, velhos e crianças - jogadas para o branco da peste nas alas hospitalares.

          Foi um esforço digno de elogios, ainda que tal repercussão não possa  ser quantificada.  Talvez, esteja aí - na falta de sinais incômodos mas reais - que explicam duas coisas: as descrições de multidões irrefletidas que teimam em comemorar sob o abraço suarento das comemorações sem sentido...  O parêntesis que é raramente aberto está na ausência do Estado - seja municipal, estadual ou federal. 

           Esse absenteísmo estatal pode ter duas razões: há menos disposição para proibir por causa da chamada flexibilização, que é talvez a atitude menos elogiável das forças da ordem, porque nesse contexto mostra conivência com uma presença mais agressiva de comércio e das suas aglomerações, que se justificariam por causas econômicas. No entanto, nenhuma vida humana deve ser ameaçada por motivos simplesmente comerciais...

            Não nos preocupemos, com os espaços de Copacabana que logramos ver em passados fins  de ano. Os tríduos momescos são decerto breves, mas será que alguém perdeu tempo para computar no seu cronômetro existencial  as luzes que deparou feéricas nas multidões e areias da Princezinha do Mar? Todos nós que guardamos no peito a rememoração de passadas - ainda que belas, teremos sempre de o que nos recordarmos nos áridos espaços existenciais.  São luzes e mais luzes. Mas o que é, de resto, essa vida, de grandes aglomerações, algumas a aceitar, outras a evitar ?


(Fontes: O Estado de S. Paulo,  O Globo e as experiências de "Meninos, eu vi! )

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Insuflada por Trump, turba invade Capitólio

        A Democracia americana sofreu ontem percalço inédito na história recente, depois que apoiadores de Donald Trump invadirem o Capitólio. Essa ação obrigou Câmara e Senado a trancarem suas portas e a paralisarem a sessão que deveria confirmar a vitória eleitoral de Joe Biden. 

        A invasão obrigou Câmara e Senado a cerrar suas portas e a paralisarem a sessão que deveria confirmar vitória eleitoral do sucessor Joe Biden.  O próprio presidente Trump, durante manifestação  na capital do país insuflou ativistas a se dirigirem até a sede do Legislativo.

         O Capitólio então  virou cenário de caos.  Uma mulher foi baleada e morreu, segundo a Polícia.  Jornalistas foram trancados em porão, pessoas fantasiadas de vikings confrontaram assessores, congressistas ficaram presos em seus gabinetes e agentes sacaram suas armas. Biden pediu que Trump tomasse uma atitude e fez duras críticas aos manifestantes: "Nossa democracia está sob ataque, Isso  não é um protesto. É uma insurreição; Estou chocado e triste. É um momento sombrio. A América é muito melhor de o que vimos hoje".       

( Fonte: Folha de S.Paulo )



 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Brasil fecha compra de vacina indiana

Um dia depois de afirmar que a exportação seria vetada, Instituto indiano  que produz o imunizante de Oxford  em parceria com a AstraZeneca voltou atrás.  Nesse sentido, a Fiocruz confirmou acordo de R$ 59,4 milhões para trazer para o Brasil dois milhões de doses já prontas, ainda em janeiro corrente.


( Fonte:  O Globo ) 

"O Brasil está quebrado "

   Ao retornar de férias, Bolsonaro afirmou que o Brasil "está quebrado" e que ele não consegue "fazer nada". Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda..." disse a seguidores. 

    Por sua vez, o ministro da Economia, Paulo Guedes, mais tarde veio a explicar que a "quebra"  é do setor público, "que está numa situação financeira difícil".

    Ainda na primeira página de  O Globo,  o jornal posta as seguintes vinhetas:

     "País 'quebrado' não impediu aumento a militares (Renato Andrade)"

      " Imagine os credores internacionais ouvindo que o país está assim " (Mailson da Nobrega).

      "Se chegarmos a isso, Bolsonaro será o primeiro responsável" (Ana Carla Abrão)

     



segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Papa Francisco critica italianos que viajaram em férias para o exterior

Papa Francisco criticou ontem as pessoas que viajaram  para o exterior em férias para escapar dos bloqueios em seus países. Sua Santidade  na própria alocução - ele que tem participado com dificuldade de cerimônias religiosas pela dor no nervo ciático que ora o acomete - afirmou  que as pessoas  carecem de  demonstrar  mais consciência pelo sofrimento dos outros. 


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

Fiocruz quer vacinação em janeiro

A Anvisa autorizou a Fiocruz  a importar dois milhões de doses de vacina da Univ. de Oxford,  desenvolvida com a AstraZeneca. A entidade nacional será  responsável por fabricar e distribuir o  imunizante no Brasil, e espera que a vacinação comece ainda em janeiro. O Ministério da Saúde trabalha com o dia vinte como  melhor cenário.  Fiocruz ainda não fez o  pedido formal para uso emergencial da vacina para a Anvisa, o que deve acontecer  nesta semana. Cumprida essa formalidade,  a agência reguladora deve avaliar  a reaquisição em cerca de dez dias. Só então será  permitida a aplicação em grupos restritos: profissionais de saúde e idosos.  Essa vacina, que já está sendo usada no Reino Unido, é a principal aposta da gestão Bolsonaro. Enquanto não chega ao Brasil,  o governo federal decidiu restringir a exportação de seringas e agulhas, após tentativa frustrada de adquirir 331 milhões de conjuntos.

    A venda para outros países passa a exigir licença especial, como já vinha ocorrendo com respiradores, máscaras, luvas e outros equipamentos utilizados no combate à pandemia.

    Assinale-se que, em pregão eletrônico feito no fim do ano, o Ministério da Saúde conseguiu comprar somente 7,9 milhões de unidades, ou cerca de 3% de o que se pretendia.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

sábado, 2 de janeiro de 2021

Bolsonaro veta medida que blindava gastos com vacinas e ações de combate ao desmate !

   O Presidente Jair Bolsonaro vetou trechos da Lei Orçamentária, que tinha sido aprovada pelo Congresso.  Tais medidas determinavam que algumas despesas não poderiam ser bloqueadas pelo governo em 2021. Desperta nesse sentido estranheza medidas que, por ora, perderam a respectiva blindagem estão a produção de vacinas e ações de combate ao desmatamento.

     Como tais medidas vão contra o manifesto interesse nacional  i.e., a não-blindagem da produção de vacinas e ações que interfiram com o combate ao desmatamento, é de esperar-se que o Congresso Nacional uma vez mais defenda o interesse nacional, salvaguardando a produção de vacinas,  assim como venha a repelir quaisquer ações que enfraqueçam de alguma forma o combate ao desmatamento.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Desta vez será diferente...

         Os grandes jornais  -  O Globo, no Rio,  Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo -  têm o cuidado de pintar o futuro com cores confiantes - e basta ler as  manchetes para que nos demos conta de que as expectativas têm  fundamento.    O quadro é composto decerto  pela vacinação (O Globo), por mais que as contradições sejam acentuadas com os ameaços do presidente de não vacinar-se.  

           Ao fim e ao cabo, muitas coisas sóem sair melhor de que o esperado,  e nosso Povo sofrido  merece  que também aqui a estória termine com o final aceitável, que é aquele pintado pelas cores do bom juízo. Assim, com as praias vazias do bom senso,  a virada é enfatizada pela imagem do Cristo Redentor iluminado  com mensagens de Esperança, ao ensejo do ano da Vacinação.

          A pandemia já se estendeu demasiado e a sua infame colheita, ainda que insistente, o nosso Povo sofrido terá muitas razões para pôr-lhe  ao cabo o fim que todos anseiam.  A alegria e o otimismo têm sido os nortes  da gente brasileira, e por isso essa página pesada será por fim virada.

           Bem haja! os poderes locais que no alvo recortado das belas, alvíssimas praias do nosso litoral saudaram com juízo, discrição  e compostura. E que esse modelo de bom comportamento à luz do céu e mar profundos nos sopre esse jeito brasileiro  de receber os desafios que o nosso Povo tem sabido gerir e, ao cabo, resolver.


( Fontes:  \O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo )