Nacionalizadas por Chávez 60 empresas no Setor Petrolífero
Prosseguindo na sua marcha batida contra a participação privada nos principais setores da economia venezuelana, o Presidente Hugo Chávez oficializou neste fim de semana a expropriação de sessenta empresas prestadoras de serviços na área petroleira.
Na forma bombástica e demagógica habitual, Chávez declarou: “Essas empresas não nos fazem falta.(...) Vamos enterrar o capitalismo na Venezuela.”
Com a incorporação das aludidas empresas, a endividada estatal PDVSA teve aumentada a sua folha de pagamentos em onze por cento, passando de 74 mil para 82 mil funcionários.
A ação do caudilho Chávez decorre em parte da crise da estatal PDVSA, crise esta agravada com o despencar das cotações do barril de petróleo dos três dígitos para em torno de US$ 46.00
A nacionalização implantada manu militari pode fornecer boas fotos para os admiradores internos do chavismo, mas não resolve o problema da dívida da estatal petrolífera, que chegaria a oito bilhões de dólares em todo o país.
Por outro lado, as seguidas expropriações de empresas estrangeiras com investimentos na Venezuela, acrescem não só o contencioso internacional desse país, mas também contribuem para acirrar o isolamento economico-financeiro (excluídos uns poucos parceiros ideológicos, como Vietnam e Irã, cujo aporte efetivo resta determinar).
A par disso, é de esperar-se que as simpatias do Governo Lula e de seu auxiliar Marco Aurélio Garcia não arrastem a Petrobrás para mais uma ajuda à cambaleante PDVSA.
Candidatura de Nestor Kirchner à Câmara de Deputados
É tida como muito provável a candidatura do ex-Presidente Kirchner a deputado federal pela província de Buenos Aires. O governo peronista de Cristina Kirchner – cuja aprovação popular patina atualmente em 30% - carece de um nome do porte do ex-mandatário para tentar reverter a tendência negativa na opinião pública.
Em termos simbólicos, é muito importante para os situacionistas dar cunho plebiscitário à renovação de Câmara e Senado que já fora antecipada para junho por medida casuista, para evitar o ulterior desgaste pela crise econômica na votação antes prevista para o fim do ano. O casal Kirchner conta reforçar, assim, as suas possibilidades de eventual reeleição nas próximas eleições presidenciais.
Na experiência política das últimas décadas, o partido que está no poder, se derrotado no pleito de renovação parcial do Legislativo, não consegue prevalecer na seguinte eleição presidencial, como aconteceu com os presidentes Raul Alfonsin (1983-1989) e Carlos Menem (em seu segundo mandato 1995 – 1999).
Os Piratas da Somália (Contd.)
É um truismo que o florescimento da pirataria depende de condições favoráveis na costa e nos territórios próximos. Essa atividade marítima criminosa carece de base terrestre que lhe assegure reabastecimento e impunidade.
Dessarte, a costa somali vinha fornecendo, nesta virada de século, desde a transformação da Somália em estado falido (failed state) no começo da década dos noventa, o ambiente propício para o desenvolvimento da pirataria, atendidas as circunstâncias de um tráfego marítimo bastante intenso.
Ora, o patrulhamento das marinhas de guerra americana, francesa e de outros países – que tem a eficácia da própria ação dificultada pela vastidão da área de ação potencial dos piratas somalis – passa a colher um precioso auxílio. Com efeito, os cabecilhas dos piratas não mais estão recebendo o apoio que lhes era anteriormente proporcionado pelas comunidades somalis.
Nesse sentido, um notório chefe dos piratas, Abshir Boyah – que teria sequestrado mais de 25 navios e que seria membro de um conselho clandestino chamado a ‘Corporação’ – agora declara que estaria pronto a retirar-se do ramo, desde que algumas condições sejam atendidas.
Na verdade, mudou radicalmente a atitude dos xeques islamitas. Antes, acolhiam de bom grado as divisas e as vantagens econômicas advindas da pirataria. No entanto, com o incremento de efeitos colaterais nocivos (entorpecentes, alcool, desordem nas ruas, e Aids), os líderes islâmicos passaram a encarar os envolvidos na pirataria marítima como ameaça que deve ser estirpada.
Para tanto, estão empenhados na formação de milícias anti-piratas, assim como buscam expulsá-los de suas cidades. Abshir Boyah reconhece a gravidade do desafio, observando até que os islamitas querem cortar-lhe as mãos (a punição da Sharia para os ladrões).
Se esta frente somali dos xeques islâmicos consolidar-se em plano nacional, o combate à pirataria – que amealhou nos últimos dezoito meses cerca de cem milhões de dólares pelo sequestro de navios e consequentes resgates - registraria avanço determinante, que muito contribuiria para a eventual extinção dessa atividade criminosa na costa somali.
domingo, 10 de maio de 2009
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