sábado, 24 de outubro de 2020
Os radicais do governo Bolsonaro querem demitir o gal. Ramos
Se passarmos a lupa pelos grupos que querem demitir o general Luiz Eduardo Ramos, Ministro da Secretaria de Governo, não é que logo surgirá quem destoa no Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles...
Segundo assinala a Folha de hoje, 24 de outubro, "as críticas públicas feitas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, são amparadas pelos filhos de Jair Bolsonaro (sic!)", e fazem parte de estratégia do núcleo ideológico para convencer o presidente a trocar o respon- sável pela articulação política do Governo.
Diz muito da situação interna do Governo Bolsonaro, que o Ministro Salles (o "passando a boiada", segundo o dito Ministro a quem Bolsonaro colocou no Meio Ambiente), logo esse senhor que ora nesta sexta-feira ousa citar nominalmente o dito general Ramos nas redes sociais, e inclusive pedir ao militar que parasse com uma postura de "maria fofoca".
Para contextualizar a crise com a ala militar do governo em decorrência do escândalo diante da insolência do ministro do Meio Ambiente, se deve ao episódio já bastante conhecido da falta de recursos do Ibama, e que contribui para expor o atrevimento da ala radical do Governo Bolsonaro. Com efeito, Ricardo Salles chegou a declarar que, sem dinheiro, brigadistas interromperiam atividades de combate a incêndios e queimadas.
Nesse sentido, a decisão do Ministro Salles - que visa a afastar o general Luiz Eduardo Ramos - contaria com o apoio do vereador Carlos Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro... Embora os rumores palacianos propalem que a estrela de Olavo de Carvalho, o guru presidencial, já não brilhe com a força de antes, o residente nos States também se empenharia no afastamento do general Ramos...
No clima de Corte que informa a ambiência nos palácios de Brasília, o paladino Salles na sua investida contra o Ministro General Eduardo Ramos pensa que lhe basta o apoiamento da ala ideológica. Pode ser um ledo engano, mas por ora Bolsonaro, na Corte de Brasília, faz acenos aos dois ministros. Chegou com o general Ramos no seu carro para a cerimônia do caça Gripen (Salles estava na plateia da Corte). Por sua vez, como é seu feitio o vice Hamilton Mourão, ao ser questionado pelos repórteres, disse: " isso não passa por mim (a divergência entre os ministros): os ministros são do presidente e eu não me meto nessa guerra."
Não se pode descontar, segundo assinala a Folha,que o nome de Ramos "ainda é forte entre os congressistas". Também Ricardo Barros, lider,na Câmara, do Governo, usou uma rede social para manifestar apoio ao General Ramos. Na atmosfera de Corte que prevalece nos círculos próximos ao Presidente a valsa continua. O mais interessante é que o candidato a substituir Ramos, em conversas com aliados Fábio Faria, ministro das Comunicações, tem sinalizado a aliados que não pretende assumir o posto e que apóia a manutenção do general Ramos...
Segundo assinala a matéria da Folha, a disputa entre militares e ideológicos era frequente no início da atual gestão Bolsonaro, mas passou por um certo arrefecimento no correr desse ano de 2020...
(Fonte: Folha de S. Paulo)
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