domingo, 4 de outubro de 2020
O arrependimento do governador Witzel
Para relembrar os meus leitores, transcrevo para seu conhecimento, que o governador Wilson Witzel - afastado de suas funções por suspeita de corrupção - agora encasquetou-se - por conta decerto do respectivo isolamento no Palácio Guanabara - que se haveria precipitado ao anunciar que concorreria à Presidência...
Permanece, portanto, firme no seu pensamento - ou quase... - que a única motivação por trás dessas andanças jurídicas compulsórias, indo das Secas e Mecas do STJ e do Supremo (com a intervenção do então presidente do STF Dias Toffoli, que lhe preparou um atalho jurídico para o julgamento das causas de sua presente desdita profissional).
A "solução" então escolhida foi a de um caminho misto, passando pela ALERJ e pelo Superior Tribunal de Justiça, compondo-se um remédio AD HOC, que não se cingiria apenas aos coleguinhas do Palácio Tiradentes (que já teve no passado as bancadas do Legislativo Nacional Brasileiro) e em épocas mais recentes
(ou talvez ontem) a trouvaille da dita rachadinha, de quem conhecemos demasiado os atuais praticantes, a começar pelo clã Bolsonaro, conforme se insiste em propalar.
Mas façamos mais curta essa estória da corrupção - esse estranho fenômeno sócio-político que investe (mas não exclusivamente!) às plagas antes heróicas do nobre estado do Rio de Janeiro!
O pobre governador Witzel - e a sua esposa! - tiveram decerto pouquíssima resistência aos assédios da Corrupção no antigo Município Neutro, ou até nos tempos da Coroa, em que um marechal se apressara em arrancar do pobre Imperador D. Pedro II, depois de um patético desfile a galope por um dos sólitos batalhões militares, os deveres da Coroa Imperial, repetindo, para vergonha do Brasil mais um golpe militar, ao século dezenove, o que um estadista argentino lamentaria como o passamento da única república latino-americana. Viva pois que então adentrávamos no carrossel do subdesenvolvimento, com a tristeza das suas tropas formadas não para homenagear o velho Imperador, mas para trazer de volta uma cerimônia que tantos dissabores (e vergonha!) traria para a América Latina.
Mas voltemos a esse triste caso do governador Witzel e de sua espoconsa. Confrange também que ambos menos se lancem, na verdade de joguem nas enleadas teias da corrupção. Agora o governador afastado dá outras mostras de alienação. Como o seu colega Crivella aceita com os braços abertos os agrados da corrupção. Agora aquele, com o seu rosto amarfanhado vai tentar eleger-se na marra para um mandado de Prefeito. Coleciona tentativas de impeachment, que sua base fiel na Gaiola de Ouro tem conseguido afastar. Agora, o desafio se afigura mais forte para o indômito prefeito, dado o obstáculo do INELEGIVEL ... Será que Crivella e seu grupo lograrão contorná-lo, sequer levantando o lenço branco do impoluto? Quanto ao pobre Witzel, vítima desses paludismos da ambição e não só! chega agora a conjuminar que ao invés das maracutaias mil o que irá afastá-lo do antigo Palácio da Princesa Isabel terá sido a ludicra ameaça com a eleição presidencial, que ele e a pobre esposa terão posto a perder não por faltas nos códigos penal e eleitoral, mas o suposto temor que a sua pretensão terá provocado na pobre mente do nosso atual afastado Governador.
Quem sabe a paranóia, ou talvez rasteira ilusão de futuro (malgrado o pasmo da avaliação política) seriam então as secretas causas dos desvios de Suas Excelências? Convenhamos, a notícia veiculada pela primeira página de O Globo para expressá-lo em uma linguagem mais próprio para o corrente nível é Dose pra Leão ! Dessarte, de corrupto a vagar pelos desvãos da Alerj na verdade um injustiçado por esses fementidos da República, sem esquecer é claro o atual morador da Alvorada!...
Não nos resta senão exclamar Oh Tempora, Oh Mores ! que este é decerto um dos maiores despautérios que a minha já longa existência hoje me constrange a aguentar! Pois meus queridos concidadões, há limite para tudo! Ao lado do cinismo de Crivella e dos seus guardiões dos pobres Hospitais do Rio de Janeiro, esta última do nosso indômito Governador Afastado constitui dose na realidade letal, no que acena de desconhecimento extremo da indigente realidade em que vive Sua Pobre Excelência...
(Fonte: O Globo)
Mas voltemos - e depressa! - às agruras do governador
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