Como se sabe, não foi decerto uma bela página aquela ontem contribuída pelo Supremo Tribunal Federal, no que concerne à decisão pela suspeição do juiz Sérgio Moro, que teria, no entender da maioria, agido com parcialidade ao julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos em que o político é réu no caso do triplex do Guarujá.
Marco Aurélio, o decano do Supremo, fez a respeito, a seguinte declaração : "Sim, o juiz Sergio Moro surgiu como verdadeiro herói nacional, e então do dia para a noite, ou melhor, passado algum tempo, é tomado como suspeito. E daí caminha-se para dar o dito pelo não dito, em retroação incompatível com interesses maiores da sociedade, os interesses maiores do Brasil."
Para Luiz Fux, o atual presidente da Corte, o direito de defesa do ex-presidente não foi prejudicado pelo fato de os processos terem sido conduzidos em uma vara "incompetente". Ele afirmou que a declaração da suspeição de Moro com base em provas ilícitas, como as mensagens obtidas pela Operação Spoofing, também prejudica o resultado.
Também o ministro Edson Fachin votou contra, ao defender que o julgamento da suspeição perdera o objeto.
Por sua vez, a Ministra Carmen Lúcia mudou o entendimento inicial, na Segunda Turma, e votou pela parcialidade. Já Nunes Marques (indicado por Bolsonaro) votou contra a suspeição de Moro, na Segunda Turma, mas também pela manutenção da decisão no plenário...
Outro voto minoritário, mas igualmente respeitável, foi o do Ministro Luís Roberto Barroso, que assinalou ter sido Contra, de encontro à maioria, destacando um cenário "impressionante e assustador" de corrupção.
( Fonte: O Globo )
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