terça-feira, 1 de junho de 2021

A incrível decisão de Bolsonaro

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     É um desafio ao bom senso, mas com o Brasil sob a ameaça de uma terceira onda da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro decidiu aceitar a realização da Copa América, em nosso país.

      Após as desistências da Colômbia, que atravessa uma crise política, e da Argentina, por conta da escalada da pandemia, a Conmebol anunciou o Brasil como novo anfitrião. Por vezes, a estranheza é grande, pelas manifestações que o presidente transmite em termos de não vivenciar as reações dos brasileiros que, como seus irmãos do norte e do sul, reputam que essa é uma escolha em má hora, que não atende aos interesses pátrios, porque traz para nossa terra a realização de um evento esportivo para o qual o Brasil e sobretudo a sua gente não está preparada.

         Criticada por especialistas e autoridades - salta aos olhos de qualquer um que se entre em uma fria dessas - decerto não surpreende que a decisão estapafúrdia provoque a reação  de governadores, que não consideram seja o momento de arranjarmos mais um fautor de aglomerações, sem falar da existência de uma rede de atendimento em colapso, que chega à necessidade do recurso dramático à bandeira vermelha, com foi, nos correntes dias, o caso de Curitiba. Ontem o município já acumulava 215 mil infecções de Covid, que é um retrato dantesco àquele visto em todo o Paraná, onde o índice  se reflete em todo o Estado, com um índice que chega a incriveis 95%.

         Depois das manifestações - com grande afluxo de gente - que sinalizaram a discordância da população à atual direção do País, provoca mais do que estranheza a reação do Presidente Jair Bolsonaro venha a público para propor que o Brasil se apresente como país disposto a receber a Copa América.

          Com as UTIs lotadas  e as redes de acolhimento em colapso, o país já não oferece uma imagem que nos transquilize, quanto ao Futuro. Grita aos céus que alguém de bom senso possa sequer imaginar que seja cabível aceitarmos  adentrar em uma fria dessa en vergardura. 

           Para tudo há limite, e parece que não devemos entrar nessa, enjeitada tanto pela Argentina, quanto pela Colômbia.  Parece - que me perdoem - até provocação que se possa conceber a hipótese de criar para o país uma situação de tal desfavor. Nada ou pouco temos a ver com essa competição, que decerto não interessa ao Brasil e à sua gente, que nos prestemos a hospedá-la.

            Como escrevi acima, há limite para tudo,  e quero crer que nosso pais não deve fazer prova de manifesto mau juízo. Que aqueles que engendraram tais monstros, encontrem maneiras de lidar com eles. Nunca devemos sacrificar a própria gente para receber competições que não atendem ao interesse nacional.

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