segunda-feira, 5 de abril de 2021

A Premier Jacinda Ardern da Nova Zelândia

   Por valer-se de sua condição insular, a Nova Zelândia da Primeira Ministra Jacinda Ardern, e por ser muito bem sucedida no controle da pandemia da Covid-19, só começará a vacinação em massa de sua população no segundo semestre de 2021, o que contrasta com a política "go  hard, go early", de prevenção.  A medida tem gerado críticas da oposição e dividido especialistas, mas boa parte dos neozelandeses permanece confiante, e por fundadas causas que se impõem à admiração de outros países.

          Como a Nova Zelândia está usando uma estratégia de eliminação do  vírus para controlar a Covid-19,  há menos urgência de vacinar a população, do que em países onde a pandemia é muito intensa e um grande número de pessoas está sendo infectado e morrendo a cada dia. - disse a O Globo Michael Baker professor universitário  e um dos principais epidemiologistas do país.

           Para que se tenha ideia da disparidade de vantagem da Nova Zelândia, a grande Ilha registra um total de 2.501 casos e vinte e seis mortes (!) por Covid 19. É um país com uma boa governante, que se serviu à maravilha da posição insular do país (o país tem 4,8 milhões de habitantes) e também possui uma das menores taxas de infecção por coronavírus no mundo, que é de 51 por cem mil habitantes, e que há mais de seis semanas não registra mortes  pela Covid 19.

            Para explicar a demora no recurso ao uso da vacina,  tomadas as necessárias precauções a vacinação será dividida em quatro grupos: 530 mil trabalhadores de hotéis de fronteira; 1,7 milhão de idosos e pessoas com co-morbidades a partir de maio; e o restante da população, de julho em diante.  Há duas semanas o Ministro encarregado da Covid-19, admitiu que o número de doses diárias estava abaixo dos dois mil, mas "permanecia dentro do cronograma". A  razão alegada para não acelerar a campanha no momento foi evitar ter de freá-la depois.

              Apesar da ação exitosa da Primeira Ministra, a pressão da Oposição tem crescido sobre o governo trabalhista. Reeleita para um segundo mandato no ano passado, com expressivos 48% dos votos, Ardern coleciona rusgas  com os conservadores do Partido Nacional, que pediu uma revisão da estratégia de imunização, alertando que as novas cepas representam um "risco inaceitável" na fronteira.

               A líder desse partido de oposição, Judith Collins, que concorrera contra Ardern em outubro, defende a reabertura  imediata das fronteiras com as ilhas do Pacífico onde a Covid está controlada. Para tanto alega que a Ardern será responsável pela quebra de empresas de turismo caso tal não ocorra. O governo permanece firme em não abrir as fronteiras, e um anúncio é esperado para o seis de abril, conquanto ainda não esteja claro se o governo abrirá suas fronteiras para os australianos.

                 Sem embargo, ainda não está claro se o presente gabinete afrouxará os controles no futuro, a despeito das reclamações da oposição. "Quando meus amigos kiwis (como são chamados os neozelandeses) reclamam de mais um lockdown, sempre digo que estão reclamando de barriga cheia e falo da situação no Brasil - diz Cristiane Diogo, comerciante brasileira que mora em Aukland: "Aqui estamos vivendo muito bem. Temos um governo que cuida de sua população nos mínimos detalhes." Qualquer semelhança com a triste situação de nosso país...


( Fonte: O Globo )


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