Como o jornal O Globo
assinala com oportunidade, ao longo de seus quatro anos de mandato, o prefeito
Marcelo Crivella se acostumou a ver a Camara Municipal avaliar a abertura de
processos de impeachment contra ele. Ontem, tal medida que deveria ser
excepcional aconteceu mais uma vez (é a quarta!), e como nas anteriores, aos
trancos e barrancos, o incrível Crivella acaba por sair vitorioso.
Dessarte, a velha Gaiola de Ouro decidiu por 25 votos a 23 - e olhem que
houve duas ausências - que não existia motivo válido para o prefeito ser
investigado por conta dos incríveis "guardiões do Crivella", como são
designados os servidores mobilizados para atrapalhar reportagens e impedir
críticas de cidadãos sobre o atendimento
nos hospitais públicos, muitas vezes realizado de forma constrangedora e mesmo
ameaçadora. Assinale-se que tais capangas são regiamente pagos pelos cofres
públicos, como se esse tipo de missão fosse consentâneo com a democracia.
Houve duas abstenções na votação (Thiago K. Ribeiro (DEM) e Júnior da
Lucinha (PL), que se sufragassem o impeachment, dariam o voto de Minerva ao
presidente da Câmara, Jorge Felippe (DEM). Como tal não ocorreu, Crivella
escapou do impeachment mais uma vez.
Durante o debate de ontem, a oposição (PSOL) usou em vários momentos a
expressão "milícia" para se referir
ao grupo Guardiões do Crivella. Tem-se noção, portanto, de
o que significa, como o afirmam os apoiadores desse partido das boas
causas:"configura flagrante
inobservân-cia dos princípios da probidade administrativa, em especial da
honestidade, imparcialidade e legalidade, além de possível crime de
responsabilidade".
( Fonte: O Globo
)
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