sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Desmate em unidade de conservação cresce 40%

 

       

 

       O avanço do desmatamento nas unidades de conservação da Amazô-nia no último ano - que, supostamente e rationem legem, deveriam ser mais protegidas  da devastação - foi ainda pior  que na floresta como um todo.

            As perdas registradas nas áreas protegidas do bioma atingiram 1.008 km2, entre agosto de 2019 e julho do corrente ano, uma alta de 40% em relação aos doze meses anteriores. Os dados são do Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que é ligado ao ministério de Ciência e Tecnologia, e foram analisados pela organização WWF-Brasil.

             Por sua vez, os alertas para a Amazônia Legal como um todo foram de 9.215 km2, 34,5% superiores aos observados entre agosto de 2019 e julho de 2020. A devastação nas unidades de conservação (UCs) representou 11% do total e, pela segunda vez consecutiva em dez anos, superou a marca de 1.000 km2.

               Os dados em tela foram revelados em análise feita sobre aqueles fornecidos pelo Deter, que é sistema em tempo real do Inpe que faz alertas sobre desmates em curso.  Já o número oficial do desmate é fornecido pelo Prodes, outro sistema do Inpe, que sói ser divulgado em novembro. 

                  Em geral, quando saem os números finais, o Prodes revela  que a perda foi ainda maior. Nesses termos, de agosto de 2018 a julho de 2019, o Deter indicara uma perda de 6.844 km2. Meses depois, o Prodes fechou em 10.129 km2. Por sua vez, nas unidades de conservação, o Deter havia indicado desmate de 682  km2, e o Prodes apontara 1.100km2

                    Pelo levantamento do WWF, a maior parte da derrubada de florestas protegidas se concentra em dez unidades. Juntas, elas representam 86% das perdas.  A Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, no Pará lidera, com 406km2 devastados, seguida pela Floresta Nacional do Jamanxim, também no Pará, e pela Reserva Extrativa Jaci-Paraná (RO), ambas com perda de 108 km2.

                        A tal propósito aponta a nota da Organização WWF: "Esse desmatamento não é decorrente de atividades lícitas de manejo florestal ou de abertura de áreas agrícolas por comunidades locais. São derivadas de intensos processos de invasão e grilagem por grupos organizados, turbinados pela expectativa de regularização anunciada pelo governo federal, que chegou a enviar ao Congresso Nacional a MP 910 (apelidada de MP de grilagem)"

 

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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