O presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) decidiu romper relações com o Ministro da
Economia, Paulo Guedes. Nesse sentido,
Maia anunciou que a partir de agora passará a tratar com o ministro da
Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, sobre votações importantes, como a
reforma Administrativa, porque Guedes proibiu o diálogo dele com os secretários
da área econômica.
Maia deu a declaração logo após haver recebido a proposta da reforma
administrativa do governo das mãos do ministro da Secretaria-Geral, Jorge
Oliveira, que representou o Presidente Bolsonaro - que está em viagem pelo
interior de São Paulo. Ali mesmo, o presidente da Câmara tornara público o novo
confronto com o Ministro Guedes e, a propósito, contou que o ministro proibira
integrantes da equipe econômica de dialogar diretamente com Maia.
"Eu não tenho conversado com o ministro Paulo Guedes. Ele tem
proibido a equipe econômica de conversar comigo. (Anteontem) a gente tinha um
almoço com o Esteves - chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais,
e com o Secretário do Tesouro (Bruno Funchal) para tratar do Plano Mansueto, e
os secretários foram proibidos de ir à reunião", disse Maia, em entrevista
a Globonews.
O almoço - que seria na
casa do Presidente da Câmara - acabou cancelado. "Foi encerrada a
interlocução", disse ele. Sem querer dissimular a briga, Maia afirmou que
suas tratativas agora serão com Ramos, mesmo em assuntos econômicos.
A cerimônia de entrega
da Reforma Administrativa havia sido planejada pelo governo para marcar um bom momento do relaciona-mento
entre o Planalto e o Congresso. Lá
também estavam os líderes do governo e
Maia fez questão de agradecer Bolsonaro e alguns ministros, mas em nenhum
momento citou Guedes. Sem embargo, logo
após elogiar tanto o encaminhamento, quanto o conteúdo da reforma
administrativa, Maia tornaria pública a queda de abraço com o Ministro Guedes.
Indagado sobre o problema,
o Ministério da Economia informou que não comentará o assunto. Sem embargo, nos bastidores o clima é tenso
com comentários de que Maia "apunhala pelas costas". Mas em conversas
reservadas, alguns auxiliares de Guedes lembram que o tempo do presidente da Câmara "está
acabando".
Não é de hoje que
a relação entre Maia e Guedes está estremecida (a reforma da Previdência e a
pandemia têm muito a ver) e nessa briga de comadres, desde abril os dois
deixaram de se falar.
Se o chefe da
Economia nunca gostou da proximidade de Maia com Mansueto Almeida, então
Secretário do Tesouro. Maia, por sua vez, acha que Guedes quer afrontá-lo, ao
fazer afagos ao deputado Arthur Lira (AL), líder do
Progressistas e comandante do Centrão, que, vejam só, está de olho
em sua cadeira na Câmara (vale dizer, a presidência da Câmara...) . Como se
verifica o poder e seus cenários tendem a contri-buir quer para o maior peso
dos personagens, quer para uma eventual situação que não difere muito de uma
briga de comadres...
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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